As dores de uma alma carente

O vazio interior fez com que Djulian se automutilasse por vários anos. Entenda como ela ficou livre desse problema

Djulian Kukla, de 24 anos, sofreu uma tentativa de abuso sexual por parte de seu tio aos 10 anos, o que desencadeou nela complexos, traumas e ódio por ele. Ela cresceu em um lar cheio de brigas. “Quase todos os dias a polícia ia na minha casa para apartar brigas. Tudo piorou quando contei sobre o que meu tio havia tentado fazer comigo. Essa notícia destruiu a minha família e eu me culpava sempre por isso”, relembra.

Para tentar fugir dos problemas, aos 11 anos, ela passou a consumir cigarro, narguilé, maconha e bebidas alcoólicas e também começou a se automutilar. “O efeito das substâncias não era suficiente. Então, praticava diversas vezes a automutilação assim que o efeito das drogas passava. Cortava minhas mãos e braços.”

Aos 13 anos, ela fugiu de casa e ficou pelas ruas com os amigos, frequentando baladas, por três dias. Na tentativa de chamar atenção das pessoas, ela colocou piercings no corpo e mudou a cor dos cabelos. “Eu mesma colocava e não sentia dor. Ao contrário, as perfurações e mutilações para mim eram prazerosas.”

A vontade de morrer era constante, pois as lembranças da tentativa de violação sexual que havia sofrido sempre a perturbavam. “Desenvolvi problemas espirituais e não conseguia confiar em ninguém. Até quando meu pai me abraçava eu sentia muito medo. Achava que ele faria algo parecido comigo”, explica.

Ela convivia com a tristeza na alma e com as mágoas e não conseguia dormir porque via vultos e ouvia vozes. “Essas vozes diziam para que eu acabasse com a minha vida, me jogasse na frente de carros ou furasse minha barriga com uma faca”, detalha.

Djulian procurou ajuda em diversas religiões, mas não obteve a solução. Em 2009, conheceu a Universal por meio de um programa de televisão. “Minha prima quis ir na Igreja, mas, como era muito nova, não podia andar sozinha e então fui com ela. Desde o primeiro dia percebi algo diferente dentro de mim. Ninguém me julgou e ali entendi que tinha como mudar de vida.”

Mudança total
Depois de recorrer a Deus, ela alcançou a transformação de vida e a paz. “Até a minha família está restaurada, sem brigas nem miséria. Perdoei meu tio e isso me trouxe um grande alívio. Estou livre dos vícios e
das mutilações.”

Ela é grata pela ajuda que recebeu e ressalta que a sua maior conquista foi a Salvação. “Mesmo não merecendo, Deus me tirou do inferno e me salvou. Ele transformou meu interior e sei que está comigo”, finaliza.

 

 

 

 

 

 

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Colaborador

Camila Dantas / Fotos: Arquivo Pessoal