“A certeza me fez pedir para retirarem a sonda”

O poder da fé de Maria Aparecida Jesuíno lhe deu a convicção de que o câncer já estava sendo eliminado do seu organismo

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A auxiliar de nutrição Maria Aparecida Jesuíno da Silva, de 55 anos (foto acima), buscou ajuda médica em junho de 2017 porque sentia dor de cabeça e febre. Ao ser atendida, logo foi medicada com antibióticos para combater uma inflamação na garganta. Porém, passados alguns dias, os sintomas não desapareceram e se agravaram. Surgiu um caroço no pescoço dela e a garganta passou a doer ainda mais.

Ela fez uma tomografia (exame de imagem) e foi encaminhada para fazer uma biópsia. Depois veio o diagnóstico: “a médica me explicou que meu caso não era simples como eu imaginava. Eu me assustei quando ela disse que eu estava com um tumor maligno na garganta e na parte interna do rosto chamada rinofaringe. Em apenas três meses, eu fiquei muito abatida, perdi a audição e não conseguia mais comer. A sensação era de que a minha garganta tinha se fechado”, recorda.

Por ser em um local delicado para ser submetido a uma cirurgia, três médicos dispensaram a possibilidade de realização desse procedimento. Maria Aparecida, então, iniciou a quimioterapia e a radioterapia para combater as células cancerígenas.

“Segui o tratamento, completei todas as sessões que duraram quase um ano, mas não tive resultados. Praticamente morei no hospital, mas, ao invés de melhorar, eu piorava. Fiquei pele e osso, com 35 quilos, antes eu pesava 62 quilos”, afirma.

Sem poder se alimentar ou falar, com a audição reduzida e usando uma sonda alimentar, ela foi submetida a cuidados paliativos, que são oferecidos aos pacientes quando não há mais a possibilidade de cura.

“Na minha última internação eu cheirava mal. Os médicos reuniram minha família e disseram que tudo o que eles podiam fazer por mim, e o que estava ao alcance da medicina, já havia sido feito. Em outras palavras, eu fui liberada para morrer em casa”, afirma.

O milagre de vida
Maria Aparecida conta que já frequentava a Universal antes de receber o diagnóstico, mas revela que sua fé ficou abalada quando descobriu a doença. Depois de ser desenganada, ela creu que Deus podia mudar aquela situação. Mesmo debilitada, ela arrumava um jeito de ir à Igreja. Quando familiares e amigos não podiam levá-la, Maria Aparecida chamava um motorista de aplicativo pelo celular.

“Eu não conseguia falar e conversava com Deus em pensamento na hora da oração. Minha fé se fortaleceu e eu obedecia a tudo que era ensinado no Altar. Um dia, assistindo ao testemunho de uma pessoa que foi curada, falei para Deus que o próximo testemunho seria o meu.”

Entre os propósitos de fé que Maria Aparecida fez está o da água consagrada, que é apresentada a Deus em oração, na Universal, aos domingos, em favor dos doentes.

“Eu não conseguia engolir nada e, por isso, colocava um pouco daquela água dentro da sonda e também lavava o meu rosto e pescoço pedindo a Deus pelo meu milagre. A certeza dentro de mim me fez pedir aos médicos para retirarem a sonda alimentar que eu usava. Tive que assinar termos de responsabilidade para que o processo fosse feito. Minha família teve receio de como eu viveria depois disso”, relembra.

Após a retirada da sonda, surpreendentemente, Maria Aparecida conseguiu comer alimentos pastosos e seguiu com o tratamento da fé. Logo sua voz e audição voltaram.

“Fui ficando mais forte a cada dia na fé e fisicamente também. Voltei a comer normalmente e recuperei o peso saudável para mim. Minha cura veio quando eu determinei que estaria curada pela fé. Em fevereiro de 2018, novos exames mostraram que eu não tinha mais nenhuma lesão. Eu estava curada”, esclarece.

Livre
Ela fala com alegria da surpresa que os médicos demonstram ao encontrá-la no hospital, quando vai realizar os exames de rotina. “Teve um doutor que disse que em anos de profissão nunca tinha visto algo parecido. Ele demorou para acreditar que era eu aquela paciente que ele tinha visto quase morta. Muitos reagem dessa maneira e eu sempre respondo que foi Deus quem me curou.”

Maria Aparecida segue fazendo o tratamento da fé e participando das reuniões em favor da sua saúde, que são realizadas todas as terças-feiras na Universal.

Câncer de rinofaringe ou nasofaringe

  • É um tipo raro de câncer que afeta a parte da garganta (faringe).
  • De acordo com a ONG Instituto Oncoguia, a maioria dos pacientes com esse tipo de câncer se queixa de um nódulo ou massa no pescoço. Ele é causado pela disseminação da doença para os gânglios linfáticos da região, que aumentam de tamanho.
  • Outros sintomas possíveis são
  • Perda auditiva (geralmente só em um ouvido)
  • Obstrução nasal
  • Hemorragias nasais
  • Visão embaçada ou dupla
  • Dor facial ou dormência
  • A orientação do Instituto Oncoguia é que diante de qualquer um desses sintomas o médico seja consultado para que a causa seja diagnosticada.
  • As opções de tratamento para o câncer de nasofaringe vão depender do estágio da doença e da localização do tumor.
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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: Fotolia