As mulheres não estão seguras no transporte público de São Paulo

Cresce 265% o registro de crimes sexuais no transporte da cidade

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As mulheres não estão seguras no transporte público da cidade de São Paulo. Inegavelmente, essa é a conclusão de quem lê os recentes dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo. De acordo com os números apresentados, o registro de crimes sexuais cometidos nesses lugares aumentou 265% entre 2008 e 2018.

Os crimes analisados foram:

Ato obsceno: exibir ou manipular órgãos genitais em público;

Violação sexual mediante fraude: abuso cometido após agressor distrair a vítima ou oferecer drogas;

Estupro: constranger alguém a praticar ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça;

Estupro de vulnerável: prática de ato libidinoso com menores de 14 anos.

Veja, no gráfico abaixo, o número de registros de cada crime desses:

mulheres

Certamente, o pior é que o número de casos registrados, acredita-se, é muito menor do que o número de casos existentes. Por motivos variados, como falta de apoio da sociedade e falta de punição aos agressores, as vítimas não costumam denunciar seus agressores.

Outro ponto preocupante é que o número de casos está aumentando. Em suma, dos 416 casos de estupro, 308 foram cometidos entre 2008 e 2016. Média de 37 casos por ano. Já entre 2016 e 2018 foram 108 casos, média de 54. A incidência dos estupros praticamente dobrou.

Os ônibus abrigaram 577 desses crimes. Já o transporte ferroviário permitiu que 514 crimes fossem cometidos.

Tamanha violência cometida em locais públicos, quando suas vítimas, na maioria, estão indo para o trabalho ou para o estudo, demonstra o quão inseguro é o país para as mulheres. Para que isso mude, é extremamente necessário que as mulheres denunciem seus agressores.

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Colaborador

Andre Batista / Imagem: iStock