Atrizes são acusadas de suborno para filhos entrarem em universidades

Após denúncia do FBI, elas respondem a processo de 500 bilhões de dólares

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Como você já deve ter percebido em filmes e seriados, estudar em uma boa universidade nos Estados Unidos (EUA) exige muitos requisitos. Entre eles, anos de dedicação, muito estudo, atividades extracurriculares, boletins impecáveis durante toda a vida estudantil. E, até mesmo, carisma para convencer os entrevistadores de que o aluno representará bem a instituição.

Alguns pais, entretanto, encontraram uma forma de burlar todas essas exigências: dinheiro.

A denúncia feita pela polícia federal dos EUA (FBI), informa que entre 2011 e fevereiro de 2018 pelo menos 33 estudantes entraram em universidades como Yale e Stanford por meio de fraudes. Além dos pais desses alunos, o FBI também denunciou 13 treinadores esportivos dessas instituições e empresários que faziam a mediação. Ao todo, 50 pessoas respondem a processos. Outras ainda estão sendo investigadas.

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Como funcionavam as fraudes

Os pais que queriam seus filhos nas melhores universidades do país contatavam esses empresários. Eles, então, agiam de duas maneiras:

1- Trapaceando nas provas

Os empresários possuíam escolas que funcionavam como os cursinhos brasileiros. Uma vez com o aluno matriculado ali, eles auxiliavam nas inscrições dos vestibulares. Eram solicitadas provas individuais (alegando compromissos ou dificuldades que necessitam de mais tempo para responder as provas, como dislexia).

Após conseguir as provas individuais, os empresários subornavam os aplicadores. Dessa maneira, terceiros respondiam as provas ou os alunos colavam sem interrupções.

2- Mentindo sobre qualidade esportiva

As universidades americanas aceitam não apenas alunos com alto desempenho acadêmico, mas também atletas acima da média para representarem os centros de estudo em competições universitárias.

Os alunos que se destacam nessas competições formam a base dos maiores esportes profissionais do país: basquete, futebol americano, basebol, ginástica, natação etc.

Nesse caso, o esquema era outro: subornava-se o treinador da universidade. Assim, mesmo um aluno sem aptidão esportiva poderia ocupar o lugar de um atleta mais qualificado.

Ao todo, os organizadores do esquema receberam mais de 25 milhões de dólares. O equivalente a quase 12 milhões de reais por ano.

Trapaceiros famosos e as consequências

Para pagar tamanha quantia aos organizadores do esquema, é evidente que os pais eram ricos. Na lista de investigados estão empresários, políticos e até mesmo atrizes como Felicity Huffman e Lori Loughlin (famosas no Brasil pelas séries “Desperate Housewives” e “Três É Demais”, respectivamente).

Juntos, os 50 acusados iniciais estão sendo processados em U$ 500 bilhões (aproximadamente R$ 2 bilhões).

Plantio e colheita

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Galátas 6.7

Baseado nesta passagem bíblica, o escritor Renato Cardoso afirma em seu blog: “Esta é uma lei universal da vida. Tudo o que vai, vem. Quem comete injustiça conscientemente semeia as lágrimas que chorará quando for injustiçado amanhã”.

De acordo com o escritor, essa é uma lei universal que não falha, contudo há quem ainda queira contrariá-la e agir com trapaça. “Mas na hora de cometer a injustiça, especialmente quando ela temporariamente lhe beneficia, o pensamento tentador é: Você vai se safar. Ninguém vai saber. Você pode. Azar de quem não pode”, disse.

Assim, conclui Renato Cardoso, “a melhor alternativa é ser justo, sempre, não importa o custo, ainda que aparentemente você sairá perdendo.”

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Colaborador

Andre Batista / Imagem: iStock