Caso Isabela: ela foi queimada pelo namorado

Episódio reacendeu discussão sobre feminicídio em pleno Mês da Mulher

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Próximo do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, mais um caso de morte por feminicídio foi registrado no Brasil. Desta vez, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. A vítima foi a estudante de administração Isabela Miranda de Oliveira, de 19 anos. Ela sofreu queimaduras em 80% do corpo, no dia 3 de março, causadas pelo então namorado, William Felipe Alves, de 21 anos. Isabela teve falência dos órgãos, não resistiu e morreu no dia 7. Ela completaria 20 anos no dia 10 deste mês.

A estudante havia sido convidada por uma amiga para um churrasco em uma chácara e foi para lá na companhia do namorado, da cunhada e do concunhado. Uma brincadeira acabou deixando Isabela alcoolizada. Segundo relatos, ela teria sido levada para o quarto para repousar e, enquanto dormia, o concunhado Leonardo Silva teria cometido o estupro. Ao vê-los juntos, no entanto, William pressupôs uma traição e, descontrolado, agrediu os dois. Em seguida, teria ateado fogo no colchão para impossibilitar Isabela de sair do quarto. A jovem caiu e o final da história é conhecido.

William teria tentado fugir, mas foi preso em flagrante. A irmã de William também é investigada, uma vez que participou da agressão. Já Leonardo teria relatado o caso, no boletim de ocorrência, como se também fosse vítima, embora acusado por testemunhas de abuso sexual.

Reflexão
Dois dias antes do ataque, Isabela havia compartilhado em sua rede social uma mensagem sobre empatia: “Trate sua namorada como você gostaria que seu pai tratasse sua mãe, como você acha que seu cunhado deve tratar sua irmã e como você gostaria que seu genro tratasse sua filha”, descrevia a publicação.

Mas o caso de Isabela não é isolado. Na madrugada do dia 4 de março, no sul do Espírito Santo, Jane Cherubim, de 36 anos, foi espancada e abandonada em uma estrada pelo ex-namorado, Jonas Amaral, que não aceitava o fim
do relacionamento.

Isabelas e Janes perdem a vida todos os dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídios do mundo.

Vale lembrar que, desde 2015, a Lei 13.104/15 alterou o Código Penal para incluir o feminicídio na modalidade de crime hediondo, ou seja, de extrema gravidade. A pena prevista é de 12 a 30 anos de reclusão.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Reprodução