“Quer levar os meus cabelos, pode levar, mas a minha fé você não leva”

Ao descobrir um câncer de mama, Aldir Paixão fortaleceu a própria fé para superar a insegurança e vencer a doença

Imagem de capa - “Quer levar os meus cabelos, pode levar, mas a minha fé você não leva”

Estando na Igreja ou não, ninguém está imune ao dia mau (Efésios 6.13) e a Palavra de Deus nos ensina a permanecermos firmes para resistirmos. Ninguém sabe o tempo que vai durar uma fase ruim nem quando uma má notícia baterá à porta – ela pode chegar por meio de um aviso de demissão, uma perda ou um diagnóstico médico. Isso aconteceu com a gerente de condomínio Aldir Paixão, de 43 anos, em maio de 2015: “fui fazer exames de rotina e descobri um carcinoma na mama esquerda”, recorda.

“O médico tentou me consolar e disse que não gostaria de me dar aquela notícia. Eu simplesmente perguntei como poderia me tratar. Ao saber da necessidade de uma cirurgia, eu disse que estava tudo bem, mas, por dentro, não aceitei aquela situação.”

Aldir está na Universal há 21 anos e é obreira há 14. Naquela ocasião, ela já era levita do Templo de Salomão, em São Paulo. “Eu disse para Deus que cria em Seu poder. Orei, fiz votos e parti para cima do problema com toda a minha fé.”

Uma cirurgia foi necessária e aconteceu em julho de 2015. O laudo mostrou a gravidade do problema e os médicos apontaram a necessidade de fazer quimioterapia para diminuir o risco de reaparecimento da doença – estimativas apontavam 87% de chance de o câncer voltar.

“Aí, confesso, desabei. Cheguei em casa, chorei muito e falei para Deus com toda a minha sinceridade que não iria, naquele momento, conversar com Ele, pois, se o fizesse, seria uma filha muito malcriada.”

Desabafo
Ao acordar no dia seguinte, Aldir se derramou na presença de Deus. “Eu não queria perder os meus cabelos. Como seria agora? Com uma dor muito grande na alma, abri a Bíblia e li a passagem em que Ziclague foi saqueada (I Samuel 30). Davi chorou muito ao ver tudo aquilo, mas, ao consultar o Senhor, recobrou forças, perseguiu o inimigo e venceu. Eu também recobrei minhas forças e falei para Deus que não estava com medo e que faria o que fosse preciso. Eu acreditava na minha cura.”

Sessões de quimioterapia e de radioterapia foram feitas. Quinze dias após o início do tratamento, os cabelos caíram. Com os olhos cheios de lágrimas ao se ver no espelho, Aldir retrucou ao diabo e aos pensamentos de dúvida: “quer levar os meus cabelos, pode levar, mas a minha fé você não leva. Nada vai me fazer duvidar do meu Deus.”

Rotina
A alimentação precisou ser adaptada. “Senti um pouco de enjoo, mas nada comparado ao que falam”, declarou. A gerente também conseguia cumprir suas tarefas profissionais normalmente e se ausentava apenas nos dias de tratamento.

E não abriu mão de participar da Corrente de Cura, às terças-feiras, e, posteriormente, do Jejum das Causas Impossíveis, aos sábados. “A médica dizia que dava gosto ver o meu otimismo. Mas eu dizia a mim mesma: ‘não é otimismo, é fé’”.

Resposta
O dia mau não dura para sempre. O de Aldir teve fim em fevereiro de 2017, quando recebeu a resposta de que estava curada, com a saúde restabelecida e riscos inexistentes.

“Nunca estive tão perto de Deus como nesse período. Estava sempre em contato com Ele. Careca e em tratamento, eu vivia uma fase da minha vida em que estava muito mais próxima de Deus. Por diversas vezes falei para Ele que essa situação tinha que servir para algo. Pelo menos que servisse para ganhar uma alma”, finaliza Aldir, que fez da sua fé a maior aliada.

Fique alerta

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é uma doença que resulta do crescimento desordenado das células.

No caso do câncer de mama, embora não haja uma prevenção definitiva, em função da multiplicidade de fatores relacionados à causa, alguns comportamentos são considerados de risco: excesso de peso, consumo de bebidas alcoólicas e sedentarismo, por exemplo. Por isso, é importante manter hábitos saudáveis.

Os sintomas – que podem envolver o aparecimento de nódulo, dor e secreção – precisam ser devidamente investigados. Em razão disso, é importante fazer o autoexame das mamas todos os meses.

Durante o autoexame deve-se procurar: deformações ou alterações no formato das mamas, abaulamentos ou retrações, ferida ao redor do mamilo, caroços nas mamas ou axilas e secreções que saem dos mamilos.
O diagnóstico é feito mediante biopsia e o tratamento é específico para cada caso.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Demetri Koch e Cedidas