Voluntárias realizam palestras de conscientização sobre o câncer infantil na África do Sul

Ação do grupo WiA levou informação sobre o tema e esperança para centenas de pessoas

Imagem de capa - Voluntárias realizam palestras de conscientização sobre o câncer infantil na África do Sul

Em fevereiro é lembrado o Dia Internacional do Câncer Infantil. A data foi instituída em 2002 pela organização europeia Childhood Cancer International (CCI). Conquanto, mais recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma iniciativa global. O objetivo é eliminar toda a dor e sofrimento das crianças que lutam contra a doença. E, além disso, alcançar pelo menos 60% de sobrevivência delas em todo o mundo até 2030.

A cada ano, cerca de 215 mil novos casos de câncer em crianças menores de 15 anos são diagnosticados. Isso, segundo a agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer ou Cancro (Iarc), parceira da OMS. Contudo, em muitas localidades do mundo ainda falta acesso a todo tipo de informação sobre o assunto. Na África, por exemplo, dados sobre taxas desta doença em crianças estão disponíveis para apenas 5% da população total.

Palestras de conscientização sobre o câncer infantil

Pensando nisso, o grupo Women in Action (WiA) – Mulheres em Ação, na tradução para o português – realizou uma ação especial em menção à data ao visitar seis escolas e três creches da África do Sul. As cidades atendidas foram Durban, Cidade do Cabo, Joanesburgo, Pretória, Witbank.

Cerca de 40 voluntárias, treinadas e reconhecidas por oncologistas para este trabalho, realizaram palestras de conscientização sobre o câncer infantil. Entre o público atendido, mais de 600 pessoas, estavam estudantes da área médica, professores, pais e educadores. As palestras abordaram prevenção, desmistificação e identificação da doença, além de estratégias de ação. E, por fim, conforto emocional e espiritual.

No país, o tema ainda não é muito discutido abertamente por conta de uma questão cultural relacionada a algumas etnias e que interfere na convivência daqueles que veem seus familiares sendo rejeitados devido à doença.

A voluntária Tania Nguanda, de 40 anos, explicou que tomou consciência da gravidade da situação ao fazer parte do grupo e de atividades como essa.

“Ao participar do grupo, não só tivemos a oportunidade de aprender como repassar nosso conhecimento e conscientizar outras pessoas. Quando fiz o curso sobre o câncer infantil, me dei conta da gravidade desse assunto. Nascendo na África, sempre cresci pensando que o câncer era uma doença para pessoas idosas, e não para crianças. Por isso, nós vamos às ruas, comunidades e escolas, onde muitos são conscientizados, pois, ainda há muita desinformação. Muitos associam o câncer como uma sentença de morte iminente. É um privilégio fazer parte deste trabalho”, falou.

Levar informação e esperança

É por meio deste entendimento sobre a doença e, também, sobre o apoio emocional e espiritual, que se tem presenciado muitos pais vencendo os momentos difíceis no processo de tratamento de suas crianças. Esse é o principal objetivo do trabalho das voluntárias do WiA: não apenas levar informação, mas, também levar esperança para as pessoas.

“Ao tornar o público consciente dos sintomas do câncer infantil, a detecção precoce pode ser possível e salvar uma vida. Espalhar esse tipo de conscientização fará com que os pais e os educadores estejam cientes do que observar nas crianças e que medidas tomar. Quanto mais consciência se faz, maior a percentagem de sobrevivência haverá entre as crianças”, disse a coordenadora geral do projeto no país, Donna Owumbiko.

A ação não apenas alertou como também serviu de ferramenta de capacitação para profissionais da rede de ensino. Como a professora Zanele Pikilela. Ela é mãe de três filhos e faz parte de um grupo de desenvolvimento na primeira infância, na creche Mayazi, em Cidade do Cabo. No dia do evento, participou da palestra e contou como foi importante esse aprendizado.

“Por meio da palestra, aprendi algo novo e entendi mais sobre o assunto. Embora eu soubesse que o câncer existisse, eu não tinha a compreensão de como as crianças podiam ser afetadas por ele. A palestra nos alertou sobre a importância de não ignorar os sinais e que, ao observar os sintomas em uma das crianças da creche, devo conversar imediatamente com os pais”, contou.

Trabalho social no combate ao câncer

O Mulheres em Ação (Women in Action – WiA) é um dos 6 grupos registrados no Controle Mundial de Câncer (UICC). Por conseguinte, a Universal aparece no mapa mundial da organização como membro ativo no combate ao câncer.

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Colaborador

Michele Roza / Fotos: Cedidas