De madrugada, o Templo de Salomão continua aberto

Durante as 24 horas do dia, pessoas que precisam de orientação

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Mesmo com horário para abertura e fechamento dos portões, o Templo de Salomão, no bairro do Brás, em São Paulo, continua aberto 24 horas. Isso porque, seja nas manhãs, seja nas tardes, noites ou madrugadas, alguns voluntários se dispõem a ajudar a quem precisa atendendo ligações telefônicas. Essa atenção é prestada por meio da Central de Atendimento (CdeA).

O trabalho surgiu há dois meses para atender melhor às necessidades de quem assiste às programações da Universal ou de quem liga simplesmente para saber informações sobre localidades e horários de reuniões, como explica o Pastor Luke Castro, que coordena a assistência dada no local. Ele expõe que “a Central tem como finalidade prestar atendimento às pessoas que precisam desabafar, conversar e buscam apoio emocional e espiritual”.

O espaço
O local conta com a seguinte estrutura: são três salas com espaço para 30 atendentes. Em uma delas há dez monitores para atendimento via WhatsApp. “Contamos com 86 voluntários”, observa o Pastor Luke. Ele reitera que o grupo é formado por obreiros e levitas do Templo para corresponder adequadamente aos vários tipos de chamadas recebidas. “Atendemos pessoas de todas as classes sociais, com os mais diferentes problemas, desde uma simples questão cotidiana até uma tentativa de suicídio ou casos de pessoas que sofrem algum tipo de abuso”, revela. Ele reforça que é necessária muita solidez espiritual de cada um dos voluntários para que possam realizar esse trabalho.

Desde o início, a média mensal de atendimentos tem sido de 10 mil a 15 mil, sendo que a maior parte deles ocorre de madrugada. Vale ressaltar que a partir de 1 hora da manhã é exibido o programa Inteligência e Fé, apresentado pelo Bispo Renato Cardoso, responsável pelo trabalho evangelístico da Universal no Brasil. Por isso, um grande número de pessoas busca ser ouvido neste horário. No mesmo período, além dos voluntários, as ligações são atendidas por pastores.

O trabalho não termina depois que eles atendem o telefone, pois o acompanhamento das pessoas ultrapassa as paredes do setor. “Também são agendadas visitas domiciliares e em hospitais e acompanhamos casos mais delicados”, afirma o Pastor.

Dimensão
Para o Pastor Luke, o trabalho é imensurável. “Esse é o primeiro contato que muitos têm com a Igreja. Também atendemos às necessidades daqueles que moram em lugares remotos, onde não existe acesso a uma Universal. Em relação aos voluntários, esse trabalho proporciona um grande crescimento espiritual, pois eles se deparam com vários tipos de situação.”

O operador de câmera Carlos Alberto Silva de Araújo, de 56 anos (foto a esq.), concorda com a observação do Pastor. Ele integra a equipe da Central de Atendimento e afirma que é um privilégio ajudar tantas pessoas aflitas.
“Atendemos pessoas das mais variadas crenças, desde evangélicas a espíritas, pessoas desesperadas, aflitas, angustiadas, depressivas, etc. Faço esse trabalho com muito prazer”, afirma.

Ele acrescenta dizendo que “o Espírito Santo nos usa de maneira grandiosa. Oramos pelas pessoas e as orientamos quanto a importância de buscarem a Deus”.

Hoje, Carlos transmite a mesma ajuda que um dia recebeu quando chegou à Universal há 22 anos por meio de um convite. “Eu estava com a vida destruída, nas drogas, na prostituição e na criminalidade”, conta. Ele se dispõe a trabalhar na CdeA de segunda a sexta-feira, ao meio-dia. Depois segue para o trabalho com as forças renovadas.
“Fazer isso tem me fortalecido. Estamos cuidando de almas que estão em busca de socorro. As pessoas agradecem, se sentem leves e em paz. Ficam felizes com o atendimento. Até o tom de voz delas muda. Elas ligam chorando e desligam sorrindo e felizes”, comenta.

A autônoma Aline Pereira de Souza, de 22 anos, afirma que essa ajuda é imprescindível para ganhar almas. Ela atua voluntariamente na Central de Atendimento todas as segundas e terças-feiras. “Muitas pessoas estão morrendo por dentro. Sem dúvida, o que é feito tem como finalidade salvar a última gota de esperança que há em muitas delas e mostrar que existe um Deus que torce sem cessar por cada um de nós”, finaliza.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Demetrio Koch e Cedida