“Cheguei à Universal em pedaços, machucada por fora e por dentro”

Alessandra Paes conheceu a cocaína aos 11 anos de idade e viveu no mundo do crime

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A consultora bancária Alessandra Paes da Silva, de 43 anos, conheceu as drogas aos 11 anos de idade. “Na adolescência, trabalhei em um escritório de advogados renomados e eles me apresentaram a cocaína. Várias vezes fiz uso da substância na companhia de advogados, juízes e médicos.”

O uso da cocaína foi a porta de entrada de Alessandra para o crime. Ela começou a praticar assaltos e entrou para uma quadrilha. “Em um assalto em que estávamos em um carro já furtado fui abordada pela polícia. Houve troca de tiros e fui presa pela primeira vez, aos 20 anos. Peguei dois anos e meio de reclusão.”

Depois que saiu da prisão, Alessandra conheceu o trabalho da Igreja Universal pela televisão, mas decidiu continuar a praticar crimes. Ela chegou a ser presa mais duas vezes. Ao todo, foram 12 anos e meio de privação de liberdade.
“As prisões e punições foram por tráfico, mortes e por participação em rebeliões dentro dos presídios, como no Carandiru, pelo qual passei duas vezes, Tatuapé, Tremembé e na Penitenciária do Butantã, em razão do envolvimento com uma grande facção criminosa”, diz.

Mesmo com sucessivas prisões, Alessandra continuou praticando tráfico de drogas e assaltos e, além disso, sua situação piorou, pois ela passou a ser vítima de agressões do ex-companheiro. “Foi o meu maior fundo de poço. De um momento para outro, passei de bandida a vítima. Houve traições de ambas as partes, mas o pior eram as agressões físicas, sexuais e psicológicas que eu sofria”, afirma.

As brigas eram constantes. “Por várias vezes ele me agredia na rua e o pior é que ninguém fazia nada. Ele me batia com o que via na frente, desde borrachas a pedaços de madeira”, recorda.

Além da cocaína e das agressões que sofria, o uso de maconha, crack e álcool excessivo faziam parte dos seus dias. “Me sentia um lixo. Vivia sozinha, toda machucada e ouvia meu filho chorando com medo. O ódio que eu tinha era tão grande que eu só queria vingança. Apenas chorava de tanta tristeza e não queria mais acordar”, relata Alessandra.

Com feridas no corpo e na alma, depois de ser aconselhada por sua mãe, Alessandra decidiu procurar ajuda na Universal. “Quando cheguei em 2016, não aguentava mais. Vivia largada nas calçadas sem condições de sustentar o próprio corpo. Eu cheguei em pedaços, machucada tanto por fora como por dentro.”

A cura dos sofrimentos
Hoje, Alessandra diz ter uma vida totalmente transformada e conta que sua maior realização é ter a paz e felicidade que só Deus pode proporcionar. “É algo maravilhoso saber que estou livre de todas as acusações e de todos os vícios.

Hoje me amo, me valorizo e decidi fazer de Jesus o único Senhor da minha vida. Antes, eu era uma mulher suja, sem vida e sem respeito; agora, sou uma mulher feliz e completa”, finaliza.

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Colaborador

Camila Dantas / Fotos: Cedida e Demetrio Koch