A alegria que termina em cinzas

Muitos aproveitam o Carnaval para curtir momentos de diversão, mas nem sempre suas escolhas trazem boas consequências

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Estamos na época de Carnaval: período em que milhares de pessoas buscam momentos de diversão. Muitas vão aos desfiles de blocos carnavalescos ou das escolas de samba. Outras dançam marchinhas em salões. Há também aquelas que se reúnem em casas de amigos ou parentes para “brincar”. No meio das festividades, muitas querem extravasar seus problemas em troca de curtição. Contudo quantas dessas pessoas que curtem os dias de folia pensam
nas consequências?

A psicóloga Claudia Marques Costa destaca que a aparência do Carnaval é convidativa, mas na Quarta-Feira de Cinzas a conta começa a chegar: mortos e feridos no trânsito, brigas, assassinatos, embriaguez, casos de gravidez indesejada, endividamentos, entre outros problemas. “A festa envolve alegria, beleza e arte, mas, depois, muitos sentem o peso dessa diversão gratuita e, no final, a alegria acaba em tristeza”, comenta.

Ela ressalta que a perda da produtividade também é bastante comum durante essa época. “O País para e todos os serviços ficam comprometidos. O prosseguimento das funções acaba trazendo prejuízos, tanto que muitos encaram o começo do ano no Brasil só depois do Carnaval”, argumenta.

As estradas ficam sobrecarregadas com o tráfego de foliões e de famílias que fogem da agitação, o que facilita os acidentes, principalmente pelo consumo excessivo de álcool e drogas.

Um dado divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que, em 2018, entre 9 e 14 de fevereiro, houve 188 ocorrências nas rodovias federais – índice 30% maior que o do Carnaval de 2017.

Há prejuízos também para os relacionamentos, como brigas, traições e separações. Além disso, ocorrem mais casos de transmissão de doenças venéreas, violência doméstica e estupros. “A quantidade de divórcios chega a aumentar em 15% perto do Carnaval. Muitas mulheres também são agredidas por homens que as rejeitam nessa época”, completa a profissional.

Ela afirma que há essas ocorrências nesse período porque as pessoas costumam ter atitudes diferentes das que têm em outros dias. “Muitos aproveitam essa festa para deixar seus desejos aflorarem sem nenhum controle”, justifica.

Festa da carne
O Carnaval é uma festa pagã de origem grega que tinha como principal finalidade o culto aos deuses da fertilidade. Na Idade Média, passou a ser marcado pelo “adeus à carne”. Com o tempo, o período foi se modificando, mas sempre esteve relacionado à festa da carne. “Por trás dessa festa estão todos os tipos de prazeres carnais e de degradação humana, pois tudo é liberado sem nenhum poder ou regras”, aponta o Bispo Francisco Decothé, responsável pelo trabalho da Universal no Estado da Bahia.

Por isso, ele alega que a festa não costuma trazer diversão a quem procura seguir os ensinamentos de Deus. “Nós procuramos alimentar o espírito e não a carne, ou seja, a nossa vontade própria.”

O Bispo ressalta que a alegria que o Carnaval oferece é momentânea. “O pior vem depois: o vazio da alma e a vida completamente dominada pelas forças do mal”, afirma.

Janaina Santos Machado, de 27 anos (foto a esq.), experimentou por alguns anos essa diversão passageira. Aos 18 anos, ela começou a frequentar a quadra de uma escola de samba em São Paulo. “Comecei a ir toda sexta-feira para os ensaios. Saía do trabalho cansada, mas ficava até o dia amanhecer. Gastava todo o meu dinheiro lá e conheci muita gente.”

Com a intenção de ocupar uma posição de destaque nos desfiles, ela se relacionava com homens casados. “Eu queria chegar no topo e desfilar nua. Eles me diziam que iriam me colocar onde eu quisesse.”

As festas camuflavam seus problemas, entre eles o desejo de suicídio e as brigas familiares. “Tentei tirar minha vida duas vezes. À noite não dormia e não comia direito. O relacionamento com a minha família era péssimo e eu tinha ódio das pessoas que tinham me feito sofrer.”

Ela alega que se sentia feliz quando estava nos ensaios. “Eu só conseguia preencher o vazio quando estava no meio daquelas pessoas, na bagunça, bebendo e dançando muito.”

Até que um certo dia, há cerca de dois anos, ela conheceu o trabalho da Universal depois de aceitar o convite de uma tia. Então, passou a frequentar as reuniões e, em alguns meses, se batizou nas águas. Em seguida, sacrificou todas as atitudes que tinha antes e foi batizada com o Espírito Santo. Hoje, sua felicidade não é mais passageira e ela ficou livre de todos os sentimentos negativos que a atormentavam. “Tirei meu coração das coisas materiais e de pessoas e coloquei 100% nas mãos de Deus. O dia que fui batizada com o Espírito Santo foi o mais feliz da minha vida”, comemora.

É preciso entender, então, que tudo neste mundo é temporário e que as vontades próprias que queremos satisfazer não nos trazem a solução concreta para os nossos problemas. Não há nada mais satisfatório do que receber a alegria para a vida toda: aquela que é dada por Deus. Quando entregamos a nossa vida a Ele, a felicidade e a paz interior são eternas: “na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente.” (Salmos 16.11).

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Colaborador

Janaina Medeiros / Fotos: Fotolia e Demetrio Koch