Celular e direção não combinam

Uso de aparelhos celulares ao volante é a terceira maior causa de mortes no trânsito do País

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Todos sabem que celular e direção não combinam, mas muitas pessoas preferem correr o risco ao volante a ter que esperar para responder uma mensagem ou atender uma ligação. A prática, além de extremamente perigosa, é ilegal.

O uso de smartphones por motoristas no trânsito tem aumentado em cerca de 400% as chances de acidentes, segundo estudo do Departamento de Trânsito e Segurança nas Estradas dos Estados Unidos (NHTSA). No Brasil, dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostram que essa atitude é a terceira maior causa de mortes no trânsito do País, vitimando cerca de 150 motoristas por dia e 54 mil por ano.

Além dos riscos para o condutor, o pedestre sofre as consequências dessa negligência. Em entrevista à Folha Universal, o diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, Jose Aurelio Ramalho, explica que usar o celular enquanto dirige é uma atitude que pode ser comparada a dirigir embriagado. “Se o motorista se distrair por 5 segundos teclando no celular a uma velocidade de 60km/h percorrerá 80 metros de forma cega, sem saber o que está fazendo, o quê ou quem está à sua frente.”

Multa
O uso indevido do aparelho celular no volante também traz prejuízos para o bolso do condutor. A multa nesse caso é classificada como “gravíssima” pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e custa R$ 283,47, além da anotação de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A multa pode ainda ser combinada com outro tipo de infração, como a condução de veículo sem as duas mãos ao volante, que custa R$ 130,16 e rende mais 5 pontos na CNH. Vale lembrar que, além do pagamento da multa, o condutor que acumular 20 pontos ou mais em um período de até 12 meses terá a carteira de habilitação suspensa.

E, mesmo que o motorista esteja com o carro parado no semáforo ou no engarrafamento, o manuseio de aparelhos eletrônicos é passível de multa. Somente no primeiro semestre de 2018 foram 759,7 mil casos de infração, um aumento de 33% em relação a todo o ano de 2017.

Usar o celular no modo viva voz não é proibido por lei, mas usar fones de ouvido pode acarretar multa.

Desatenção
Estudos da Sociedade Brasileira de Neurologia comprovam que o celular altera as ondas cerebrais e desconecta o indivíduo da realidade. É como se ele estivesse em transe, fora de si. O cérebro se concentra na ação que está sendo desempenhada no aparelho, seja falar ou teclar, e perde a sintonia com o que ocorre ao redor.

“Além do viva voz, Bluetooth, GPSs e equipamentos multimídia instalados nos veículos mais modernos também contribuem com a distração e, consequentemente, com os acidentes. A combinação celular e direção reduz em até 37% a aceleração do veículo. Por isso, é comum vermos veículos desacelerando inesperadamente ou ainda em zigue-
zague pela via”, alerta Jose Aurelio.

Não há nada tão precioso quanto a vida. Quem usa o celular ao volante está se colocando em uma situação de risco e colocando a vida dos outros em perigo. Portanto, se for dirigir, não use o celular. Evite também deixá-lo ligado ou em modo vibratório. Prefira o modo silencioso, para que nenhum barulho comprometa a sua atenção. Mais importante do que a pressa em atender uma ligação é a certeza da preservação da vida.

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Colaborador

Maiara Máximo / Foto: Fotolia