Fios naturais têm feito a cabeça delas

Confira dicas para que o processo de transição capilar ocorra da melhor forma possível

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Segundo um estudo brasileiro realizado pelo Google BrandLab, divulgado em meados de 2017, as procuras no buscador pelos termos cabelos cacheados superaram as por cabelos lisos, com um crescimento de 232%. Outra busca que também aumentou esmagadoramente foi cabelos afro (309%), além da chamada transição capilar (55%). Vale pontuar que foi um resultado inédito no País.

O fato é que cada vez mais os procedimentos químicos e toda a gama de alisamentos – desde a escova marroquina até a de chocolate – têm ficado de lado e o que entrou em cena foram os cuidados necessários para que ressurjam fios naturais mais fortes e radiantes.

Mudanças
A transição capilar é a fase que marca o adeus a todas as químicas e o início de um intenso tratamento para recuperação da saúde dos fios naturais. Muitas optam pelo processo conhecido como Big Chop (BC), o grande corte que elimina as pontas alisadas. Nesse período é preciso ter disciplina e paciência.

Espera
A vendedora Dayana Silva, de 24 anos (foto a dir.), e a designer de moda e modelo Luana Maria da Silva, de 27 anos (foto abaixo), perceberam isso na pele – na verdade, no couro cabeludo.

Dayana começou a usar processo químico aos 8 anos, por escolha dos pais, mas, aos 14 anos, a decisão já era dela. “A maioria das meninas tinha os cabelos lisos e bonitos, por que comigo seria diferente?”, relembra.

Já Luana foi apresentada ao mundo das químicas aos 10 anos e passou pelo primeiro BC aos 12 anos. “Fiquei traumatizada. Era época de colégio, então, aos 14 anos, voltei a alisar”, conta. Ela passou pelo segundo BC bem-sucedido no ano retrasado. “Fiquei um ano e seis meses sem o procedimento químico, usava o cabelo escovado e fazia muito coque, porque dava para ver a diferença das duas texturas (liso e cacheado). Quando cortei, estava meio insegura, não queria perder minha feminilidade, mas depois notei que foi a melhor escolha que fiz e que recebi até mais elogios”, conta a jovem. Ela gosta de hidratar o cabelo toda semana, fazer umectação (tratamento com óleos) e sempre muda o shampoo e o condicionador.

Dayana também não abre não das hidratações semanais. “Lavo o cabelo com água morna e procuro fazer uma boa alimentação. O meu segredo é amor. Amar o cabelo desde a transição até chegar aonde você quer que ele chegue e continuar amando-o.”

Cuidados
Segundo Lucia Santana, coordenadora técnica das cabeleireiras do Beleza Natural, rede especializada em cabelos crespos e cacheados, pelo fato de os fios terem estrutura em espiral, eles recebem pouca oleosidade natural do couro cabeludo, o que os torna mais ressecados. Por isso, é importante fazer hidratações semanais.

“O processo de transição demanda aprender mais sobre o próprio cabelo, além da necessidade de adquirir uma rotina de cuidados que inclui lavagem (na temperatura mais baixa possível para que os fios não ressequem), condicionamento e utilização de creme de pentear específico de duas a três vezes por semana”, observa. Ela acrescenta que o uso de pente com dentes largos também é indicado para se evitar que o fio fique “arrepiado” ou quebre.

Os cachos
Para quem está no processo de transição, alguns truques adotados no dia a dia ajudam a disfarçar as texturas dos fios. Lucia ensina que vale amassar, com cuidado, os cabelos com a mão fechada em formato de concha, para estimular a memória dos cachos nos fios, e recomenda o uso de creme de pentear com óleos próprios na formulação. Eles ajudam na definição dos cachos.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Cedidas