Quem não confia, afunda na fé

Saiba quais são as atitudes que se deve ter para conquistar a plena confiança em Deus

Imagem de capa - Quem não confia, afunda na fé

Você já deve ter ouvido falar do apóstolo Pedro. Ele era pescador e foi um dos primeiros discípulos escolhidos por Jesus. Que privilégio, não é? Mas, apesar de tamanha oportunidade, antes de se converter verdadeiramente, ele demonstrou muitas fraquezas e desconfianças, mesmo andando ao lado do Senhor.
Uma delas aconteceu quando Jesus mandou os 12 apóstolos irem até o outro lado do Mar da Galileia, enquanto Ele ia ao monte orar. Dentre eles estavam pescadores que sabiam lidar com as águas do mar. Só que, de repente, o tempo mudou e o mar ficou bravo. O medo se instalou e todos começaram a lutar contra a maré para não naufragarem.
Durante a madrugada, no meio da turbulência, Jesus foi até eles. “Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: ‘É um fantasma!’ E gritaram de medo. Mas Jesus imediatamente lhes disse: ‘Coragem! Sou eu. Não tenham medo!’ ‘Senhor’, disse Pedro, ‘se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas’”. (Mateus, 14. 25-28).
Jesus respondeu para que Pedro fosse. O discípulo começou a andar sobre as águas, enquanto os 11 seguiram a bordo do barco. Inicialmente, ele teve uma atitude de fé e de confiança em Jesus, mas, depois, ficou com medo, começou a afundar e pediu socorro. “Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: ‘Homem de pequena fé, por que você duvidou?’ Quando entraram no barco, o vento cessou.” (Mateus 14, 31-32).
O que chama atenção nessa passagem é que Jesus não tirou Pedro do barco. Ele precisou ter a atitude de fé de ir até o Senhor e sair de lá sozinho. Podemos dizer que o barco é aquele último empecilho que impede uma pessoa de caminhar com Jesus. Por isso, quem quer segui-Lo, precisa renunciar ao que ainda o prende para que isso não aconteça.
Apesar dessa atitude bonita, a confiança de Pedro cessou quando ele reparou na força do vento e se amedrontou. Você sabia que o mesmo acontece nos dias de hoje com muitos que estão dentro das Igrejas?

É preciso renunciar

Alexsander Brito Martins, de 42 anos, investidor imobiliário, é um exemplo. Ele conta que frequentou a Igreja por sete anos, mas não via mudança em sua vida porque não confiava totalmente em Deus. “Continuava desempregado, passando necessidade com meus três filhos. O que eu não sabia é que havia me tornado um mero religioso. No fundo, eu não deixava Deus agir, achava que podia fazer as coisas do meu jeito. Além disso, era uma péssima representação de Jesus fora da Igreja, me comportava igual aos homens do mundo, era hipócrita, porque queria receber de Deus, mas não queria ceder mais do que achava que já cedia”, conta.
Ele diz que ia aos cultos e, lá, ficava ansioso para que terminasse logo. “Eu dava muito mais valor a agradar as pessoas do mundo do que a Deus. Tinha maus olhos. Até que um dia no trabalho fui limpar uma piscina com cloro e, ao preparar o produto químico, ele teve uma reação, acabou explodindo em meu rosto e queimou a retina dos meus olhos”, relata.
A explosão foi tão forte que acabou atingindo os tímpanos dele e fez com que ele ficasse entre a vida e a morte. “Naquele dia, na UTI do hospital, pude sentir na pele um pedacinho do inferno. Vieram muitas lembranças e foi quando caiu minha ficha. Eu era cego espiritualmente. Não dava valor às coisas de Deus, mesmo estando dentro da Igreja. Além dos comportamentos mundanos, entregava envelopes vazios. Eu realmente brincava com a fé. Foi quando decidi ir para o tudo ou nada no Altar para me consertar com o Senhor”, diz.
Mesmo com o diagnóstico de uma possível cegueira, mudez e surdez, aquele homem que não confiava no Altíssimo decidiu entregar sua vida sem reservas. “Pedi perdão com sinceridade. Mudei minhas atitudes. Deixei para trás, e deixo a cada dia, tudo que pode prejudicar minha fé e meu relacionamento com Deus.”
Depois que ele deixou a voz do mundo de lado e passou a confiar, tudo mudou. “Consegui vencer todos os vícios que tinha, conquistei um casamento abençoado, uma empresa, patrimônios. Hoje sei que Deus permitiu que aquele acidente acontecesse para que eu não fosse eternamente condenado. O meu intuito não é conquistar para mim, mas para ganhar almas para a glória dEle.”

Vontade do Altíssimo

Você até pode conviver com Jesus, como Pedro convivia, mas se não tiver intimidade com Ele, como vai conhecê-Lo? E mais: como vai confiar nEle?
Essa intimidade vem da renúncia e do sacrifício. Quando isso acontece, o medo vai embora e por dentro há a plena confiança de que Deus está agindo.
Então, se você quer andar sobre as águas em direção ao Senhor Jesus sem afundar, vá. O primeiro passo é seu. Confie, abra mão do mundo, seja justo, não brinque com as campanhas de fé e entregue o seu ser e o seu futuro nas mãos dEle.

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Colaborador

Ana Carolina Cury / Foto: DUDAREV MIKHAIL / Fotolia / Arquivo pessoal