Operação “Praia Limpa” leva conscientização ambiental para banhistas da Paraíba

Lixo abandonado por banhistas mata tartarugas no Nordeste

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No dia 9/12, o programa social Força Jovem Universal (FJU) realizou o projeto “Praia Limpa” na orla de João Pessoa (PB). A ação recolheu resíduos e conscientizou os banhistas sobre a importância de manter as praias limpas para preservação da vida dos animais marinhos e saúde da população. Os voluntários iniciaram o movimento na praia de Tambaú e percorreram por 10 quilômetros até à praia de Cabo Branco.

Cerca de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens de plástico, como garrafas, copos descartáveis e canudos, segundo estudo feito pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida).

A equipe uniformizada da FJU percorreu as praias paraibanas abordando as pessoas na faixa de areia e distribuindo sacolinhas para lixo. Os voluntários também alertaram os banhistas sobre a importância de armazenar e destinar corretamente os resíduos para a reciclagem.

A FJU realiza essa ação uma vez ao ano, sempre antecedendo a chegada dos turistas para as festas de final de ano. Cerca de 40 voluntários participaram.

Segundo o responsável da FJU da Paraíba, Josemar Felipe, 70% do lixo recolhido pelos voluntários eram garrafas de plástico. “Nossa missão é fazer a população perceber que manter o meio ambiente equilibrado é responsabilidade da atual e das futuras gerações”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), são necessários pelo menos 450 anos para que uma garrafa de plástico se decomponha e desapareça do meio ambiente.

A bióloga Rita Mascarenhas, coordenadora da ONG Guajiru situada na Paraíba, explica que o plástico é um veneno para os animais marinhos. “Só este ano, foram recolhidas 70 tartarugas mortas no Litoral e 25% delas tinham plástico no estômago”.

Apesar do grande dano que o lixo pode causar aos animais marinhos, Rita Mascarenhas esclarece que o plástico descartado de forma inadequada também pode prejudicar a própria população.

“O plástico tem produtos químicos que contaminam a água, o solo e, consequentemente, o nosso alimento. O problema é muito mais abrangente que impedir a morte de animais. É também garantir a vida do ser humano em um planeta limpo”, concluiu a bióloga.

Animais marinhos confundem plástico com comida

Erik Zettler, ecologista microbiano do Instituto Real Holandês de Pesquisas Marítimas afirma que as espécies marinhas, desde os menores até baleias gigantes, acabam comendo plástico por sentirem nele, cheiro de comida.

“Tente cheirar um pedaço de plástico que você encontrar na água da próxima vez que estiver na praia, ele cheira a peixe, “explicou Zettler.

Isso acontece porque todo plástico no oceano é rapidamente colonizado por uma fina camada de micróbios, normalmente chamada de “plastisfério”.

Proibição dos canudos de plástico

O mundo declarou guerra ao canudo de plástico. Segundo dados da ONG Ocean Conservancy, sediada nos Estados Unidos, foi o 7º item mais coletado nos oceanos em todo o mundo no ano passado.

No Brasil, o município do Rio de Janeiro se tornou a primeira cidade brasileira a proibir seu uso.

Em meio à busca por alternativas ao plástico, outras opções já vêm sendo usadas, como canudos de metal, de vidro e até comestíveis.

O valor da multa pode variar de R$ 500 à R$ 6 mil reais, dependendo da localidade.

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Colaborador

UNIcom