Um grupo de aproximadamente 30 garotos devidamente uniformizados chamavam a atenção no Templo de Salomão, no dia 11 de novembro. Depois da reunião das 9h30, eles participaram do Passeio pelo Jardim Bíblico. O que poucos sabiam é que eles fazem parte de um time de futebol. Eram os jogadores da categoria sub-20 do Canaã Esporte Clube.
“Eles vieram para São Paulo para realizar amistosos contra grandes clubes, para que o treinador possa avaliar o nível em que estão”, contou o diretor do clube, Leonardo de Souza dos Santos, que também é o atual responsável pelo Projeto Nova Canaã, programa socioeducacional com sede em Irecê, na Bahia, do qual surgiu o Canaã Esporte Clube.
O Projeto Nova Canaã surgiu em 1998, depois de uma reportagem feita pela Record TV que retratava a seca no lugar. O desespero de uma mãe que desejava matar o filho e depois se matar chamou a atenção do Bispo Edir Macedo, que decidiu fazer algo para mudar aquela realidade. “Ele chamou o Bispo Marcelo Crivella e então ele implantou o Projeto”, disse Leonardo.

O Clube foi idealizado no início deste ano, mas só se tornou federado há três meses. “Tínhamos o futebol como uma forma de lazer, mas pensamos: ‘por que não profissionalizar esses meninos? E promover a realização dos sonhos de muitos deles que querem se tornar atletas e ajudar a família?’ Daí nasceu a ideia.”
Para todos
Todos podem participar, independentemente se fazem – ou fizeram – parte do Projeto ou não. Atualmente, o clube conta com 83 atletas, distribuídos pelas categorias sub-15, sub-17 e sub-20, além dos pequenininhos, de 13 anos para baixo”, comentou o diretor.
O time conta com coordenador técnico e comissão técnica formada por técnico, preparador físico, treinador de goleiro, auxiliares e massagistas. Também oferece amparo na área da saúde, com acompanhamento de médico e nutricionista. “Dependendo da necessidade, também oferecemos tratamento odontológico e psicológico. Uma assistente social também os acompanha com relação à escola”, completou.
Além da parte social, outro diferencial da instituição é a formação do caráter e o desenvolvimento espiritual, promovido, por exemplo, por meio desta primeira visita ao Templo. Embora os jogadores sejam de diferentes crenças, receberam o convite de braços abertos. Muitos entraram no Templo com lágrimas nos olhos. Outros comentaram que ao pisarem ali perceberam algo diferente.

História
Para José Paula de Aquino Melo (foto a dir.), de 18 anos, conhecer o Templo foi uma experiência única. Ele é de Laranjal do Jari, município localizado no Estado do Amapá, cuja população é estimada em cerca de 47 mil habitantes. Ele ressaltou que morava no interior do interior. “É um lugar em que quando tem enchente alaga quase tudo”, relatou.
Ele disse que o sonho de se tornar jogador estava enfraquecido. “Eu estava ficando agoniado porque estou ficando velho e onde moro as oportunidades são difíceis demais. Jogava em um time lá do Macapá (capital do Amapá) e o técnico prometeu ‘arrumar’ um teste fora do Estado para mim, mas, quando passou um ano, deixei de acreditar. De repente, ele me envia uma mensagem: ‘lembra que prometi um teste fora?’ Na hora, me veio um sorriso de orelha a orelha”, recordou.
De Macapá, José foi para Belém, no Pará. Ao fazer um teste, passou de primeira. “Não tinham me falado qual era o time. Só depois o presidente do Clube disse que era o Canaã.” Irecê se tornou o endereço dele.
Ao se despedir da reportagem, José, chamado por todos de Zé, mencionou: “graças ao Canaã, minha vida mudou.
Conheci o trabalho da Universal, me batizei nas águas e há poucos dias recebi o Espírito Santo. Agora tenho paz e sou feliz. Entrei no Projeto pensando no futebol, mas acabei conhecendo algo maior. Deus não me escolheu apenas para realizar meu sonho. Ele me escolheu também para me dar o Espírito dEle e para que eu ajude a realizar sonhos de outras pessoas”, concluiu.