Para não voltar ao crime, presidiárias aprendem a trabalhar por conta própria

Cursos profissionalizantes trazem esperança a presidiárias para voltar ao mercado de trabalho

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Uma das maiores preocupações das presidiárias é saber como vão se sustentar depois que cumprirem a pena. Buscando oferecer uma nova oportunidade de vida a elas, o programa social Universal nos Presídios (UNP) oferece cursos profissionalizantes para que as egressas do sistema prisional possam voltar ao mercado de trabalho, atuando como empreendedoras. Somente em 2018, já foram beneficiadas mais de mil detentas de 53 penitenciárias no Brasil.

Os cursos do UNP são ministrados por profissionais voluntários. Cada turma tem em média 20 alunas com duração de até dois meses. Neste mês, estão sendo oferecidos cursos de serigrafia, designer de sobrancelhas e decoração de festas – serviços autônomos muito procurados.

“Quando a detenta é solta, muitas vezes é rejeitada pela família, pela comunidade e pelo mercado de trabalho. As pessoas acham que, por ter cometido o crime uma vez, ela vai ser eternamente criminosa — explica o psicólogo e professor do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB) Mário Ângelo Silva”.

Lucimara Romualdo, responsável pelo UNP Feminino do Pará, conta que “os cursos têm trazido esperança de dias melhores para as presas. Com dedicação, se tornarão boas profissionais autônomas e não precisarão esperar por uma vaga de trabalho”, explicou.

No Brasil, a população de mulheres presas segue crescendo em torno de 10,7% ao mês. Com 42,3 mil presas, as brasileiras compõem a 4° maior população feminina encarcerada do mundo, segundo os últimos dados do Infopen – Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias.

Saiba mais sobre a Universal nos Presídios

O programa social existe há mais de 30 anos e desenvolve trabalhos em 1.299 unidades prisionais em todo o Brasil. Mais de 500 mil detentos e os familiares deles, agentes penitenciários e demais funcionários recebem amparo do grupo.

São oferecidos cursos profissionalizantes, atendimento médico, odontológico e jurídico, café da manhã na porta das unidades para os familiares que visitam os presos, cestas básicas, livros e informativos. O objetivo é ressocializar os detentos. Com o conhecimento adquirido nos cursos, palestras e reuniões, quando livres, podem se reintegrar à família e à sociedade, diminuindo, assim, o índice de criminalidade.

No ano passado, mais de 6 mil egressos do sistema prisional foram ressocializados pela Universal nos Presídios.

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