Campanhas de Dilma custaram R$ 1,4 bilhão, diz Palocci. Ao TSE foram declarados R$ 503 milhões

Às vésperas do pleito eleitoral de 2018, o ex-ministro da Fazenda afirma que campanha presidencial de reeleição de Dilma custou R$ 800 milhões, sendo a maior parte em dinheiro ilícito

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Neste 1º de outubro, uma notícia ganhou destaque na mídia: durante a delação no processo da Operação Lava Jato, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que abre a lista de revelações do ex-ministro dos governos do PT, afirmou que a campanha presidencial de reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, custou R$ 800 milhões, sendo a maior parte em dinheiro ilícito. O valor é mais do que o dobro dos R$ 350 milhões de gastos declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o delator, o valor da campanha presidencial de 2010 também foi adulterado. Palocci afirma que o custo chegou a R$ 600 milhões, sendo que o partido declarou apenas R$ 153,09 milhões. Segundo Palocci, “a maior parte das doações registradas no TSE é acometida de origem ilícita”. O ex-petista afirma que “o TSE não tem como saber se a doação é ilícita, uma vez que não fiscaliza a origem do dinheiro”, afirmou.

Caixa 2

Com cinco anos de atuação, a Lava Jato revelou em seus processos que recursos de campanhas oficiais passaram a ser usados como forma de lavar dinheiro de propinas, isso acontecendo em vários partidos. Em sua delação, Palocci afirmou: “Ninguém dá dinheiro para campanhas esperando relações triviais com o governo”.

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: “A conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro na Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula”.

Isso porque, para o advogado, “o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais”.

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