Acerte na escolha dos seus candidatos

Tire suas dúvidas e saiba como avaliá-los antes de votar

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Embora seja comum, em época de eleições, que os meios de comunicação façam matérias orientando sobre as mais variadas formas pelas quais o eleitor pode avaliar e escolher seus candidatos, muitas pessoas ainda têm incertezas sobre o modo de proceder. Aproveitando esse momento que antecede o pleito, a Folha Universal conversou com Leonardo Barreto, doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), para saber mais sobre esse assunto e para esclarecer as dúvidas dos leitores.
Os melhores
Para o cientista político, se o eleitor não tiver informação sobre os candidatos, acabará fazendo uma escolha aleatória. “Há chances de errar ou acertar e o futuro do governo acaba se tornando uma grande loteria. Por outro lado, se o cidadão tem informação e exerce a sua capacidade de filtrá-la, não apenas retirando do processo aqueles políticos que não estão ligados aos seus valores nem às boas práticas de ética e que não têm preparo para poder tomar as principais decisões do País, consegue fazer com que a democracia seja efetiva e funcione. Dessa forma, a democracia se torna não apenas o regime dos representantes do povo, mas também o regime dos melhores representantes do povo, o que é muito importante para que o País alcance bons resultados”, avalia.
Primeiro passo
Para Barreto, o primeiro ponto que o eleitor deve observar na hora de escolher bem é saber quem é o candidato. “Ele deve buscar conhecer os valores, interesses e visões de mundo do seu candidato. O sistema político e democrático funciona por aproximação e o eleitor consegue ter sucesso quando o político eleito tem representatividade, quando ele tem as características e os valores da maior parte da sociedade. Para os eleitores, ter um político que esteja associado aos seus próprios valores, seus interesses e suas visões de mundo é uma garantia de que o governo vai caminhar e tornar próximo aquilo que o eleitor entende como correto”, orienta.
Comportamento
O passo seguinte é saber como é o comportamento do candidato. “São muitas as fontes de informação que estão à disposição dos eleitores. É muito importante olhar para o passado do candidato, especialmente questões de conduta, que tipo de políticas adotou, se foi econômico ou não em mandatos anteriores, se teve sucesso profissional ou não na condução de seus negócios, se tem uma família bem constituída. Todas essas questões vão fornecendo informações de quem o político é e, possivelmente, qual caminho ele vai seguir”, analisa Barreto.
Aprimoramento
O cientista político afirma ainda que a decisão de votar, embora seja um dever do indivíduo e caiba só a ele, não deve ser feita isoladamente. “Essas informações obtidas no site dos candidatos, na internet, nas redes sociais e nos jornais têm que ser debatidas com outras pessoas. O processo político é algo que se faz com o outro. Às vezes, nós formamos uma determinada concepção, mas na hora do debate na mesa de jantar, com a família ou com os colegas de trabalho, acabamos processando melhor essa informação e chegamos a outro resultado. É por meio da conversa que conseguimos aprimorar as informações que temos e transformá-las em um conhecimento que seja útil para os destinos do nosso país”, conclui o cientista político.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: iStock