Detentos de Campinas reformam a quadra esportiva do presídio com material doado

Atividade física ajuda a recuperar a humanidade em presos e no sistema carcerário

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Antes sem pintura e com o piso desgastado, a quadra esportiva do Centro de Progressão Penitenciária “Professor Ataliba Nogueira” de Campinas (SP) foi reformada. A restauração foi feita pelos próprios presos, com o material doado pelo programa social Universal nos Presídios (UNP).

Na sexta-feira, 7 de setembro, a quadra foi inaugurada com partidas de futebol. O presídio recebeu bolas, coletes, kits de arbitragem, livros e informativos para cerca de 2 mil detentos.

“O esporte dentro dos presídios promove integração entre os detentos. É por meio de atividades como esta que são aprendidas lições de organização e disciplina”, relata o Pastor Henrique Pires, responsável pela UNP de Campinas.

Para o Professor Dr. Victor Andrade de Melo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as instalações, em geral antigas, em estado precário e cheias de improvisações, não facilitam a prática de esportes pelos detentos.

“Um programa de lazer em penitenciárias não é suficiente para resolver todos os problemas do sistema penal, da sociedade e da vida de cada preso. Mas pode ser um bom contributo para o despertar de novas sensibilidades, recuperando a humanidade em presos e no sistema”, observou o professor em seu artigo Lazer, Esporte e Presidiários: Algumas Reflexões.

Saiba mais sobre a Universal nos Presídios

O programa social existe há mais de 30 anos e desenvolve trabalhos em 1.299 unidades prisionais em todo o Brasil. Mais de 500 mil detentos e os familiares deles, agentes penitenciários e demais funcionários recebem amparo do grupo.

São oferecidos cursos profissionalizantes, atendimento médico, odontológico e jurídico, café da manhã na porta das unidades para os familiares que visitam os presos, cestas básicas, livros e informativos. O objetivo é ressocializar os detentos. Com o conhecimento adquirido nos cursos, palestras e reuniões, quando livres, podem se reintegrar à família e à sociedade, diminuindo, assim, o índice de criminalidade.

No ano passado, mais de 7 mil egressos do sistema prisional foram ressocializados pela UNP.

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