A depressão e o suicídio na classe médica

Pesquisa alerta quanto a necessidade de cuidar da saúde mental e emocional desses profissionais

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Uma pesquisa realizada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, para saber o quadro de saúde dos profissionais da área, apontou que mais de 40% dos entrevistados sofrem de estresse e depressão.
A pesquisa foi realizada com 145 profissionais, dentre os quais enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, com idade média de 44 anos.
“É preciso alertar sobre a importância do equilíbrio mental e do emocional, porque, quando não estão ajustados, os imprevistos acabam acontecendo”, explica a psicanalista Cristina Calvi Veloso.
Diante dessa realidade, com o intuito de zelar pelo bem-estar físico e mental daqueles que dedicam a vida para cuidar da saúde de outras pessoas, o Grupo da Saúde, formado por voluntários da Universal, desde o início de 2018 tem realizado, mensalmente e gratuitamente, palestras direcionadas para os profissionais da área da saúde.
Os encontros acontecem em hospitais e em outros locais e são ministrados por médicos voluntários, nos quais assuntos como depressão e inteligência emocional são abordados com a finalidade de orientar e auxiliar os profissionais da área da saúde a manter o equilíbrio emocional, apesar do estresse a que são submetidos diariamente no exercício da profissão.
Para o coordenador do Grupo da Saúde, Eduardo Ribeiro, “a prática da medicina provoca alto grau de estresse e exige a tomada de decisões importantes que impactam na vida de outras pessoas. As palestras convidam o profissional a fazer essa reflexão”, enfatiza.
A enfermeira Maria Teresa dos Santos, de 40 anos, tem participado das palestras e relata que houve um período de sua vida em que enfrentou a depressão e chegou, inclusive, a pensar em suicídio. Mas, graças ao apoio recebido, venceu os pensamentos de morte e a depressão. “Graças a Deus conquistei de volta o bem-estar comigo mesma e com a profissão”, revelou.
Os conflitos que os médicos enfrentam, e que levam muitos deles a cometerem o suicídio ou fazerem uso de antidepressivos, também estão entre os assuntos tratados nas palestras. “Justamente o médico que estudou e dedicou tanto tempo para salvar vidas se vê angustiado a ponto de querer tirar a própria vida”, lamenta Eduardo Ribeiro.
Por isso, aprender a controlar os sentimentos é fundamental, pois estes não podem interferir na qualidade do atendimento prestado aos pacientes e, tampouco, prejudicar a saúde mental e emocional do profissional da área.
A missão do Grupo da Saúde é levar conforto emocional, psicológico e espiritual  a todos os sofridos e aflitos no ambiente hospitalar, sejam eles pacientes, familiares ou profissionais.
Para saber mais sobre o trabalho desenvolvido por esses voluntários, acesse aqui.
 

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Colaborador

Por Jeane Vidal / Foto: Istock e cedidas