Projeto voltado para jovens ajuda a prevenir o suicídio

A cada 40 segundos uma pessoa se mata em todo o mundo

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O que não faltam são dados alarmantes em relação ao suicídio que já é uma das três principais causas de morte nos Estados Unidos, ao lado da doença de Alzheimer e overdoses de drogas. Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, em média, a cada 100 mil americanos 16 decidem pôr fim às suas vidas todos os anos.
No Brasil, em média, 32 pessoas conseguem se matar diariamente, fazendo com que o problema seja a segunda maior causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos e a principal entre mulheres de 15 a 19 anos. No mundo, o número chega a mais de 800 mil ou uma morte a cada 40 segundos.
As causas são variadas: problemas financeiros, sentimentais, doenças como a depressão e o envolvimento com perigosos jogos virtuais que estimulam a prática.
Adolescência: uma fase de transição
A psicóloga Eliane Puk explica que a adolescência é uma fase de transição para a vida adulta e, nela, o jovem passa a buscar sua própria identidade.
“O adolescente adora um desafio e precisa fazer parte de um grupo para sentir-se integrado. Ele busca seus valores e sua integridade, aumentando sua necessidade de sentir-se aceito”, afirma ela.
A psicóloga também acredita que o jovem que apresenta indícios de depressão e de pensamentos suicidas deve ser cuidado individualmente. “O que leva alguém a tentar o suicídio é um sofrimento intenso, um vazio existencial, a perda do sentido da vida, por isso, não se pode generalizar, afinal cada indivíduo é único e deve ser percebido e acolhido”, esclareceu.
Existe uma saída
Marcello Brayner, coordenador do grupo que promove ação social e espiritual com os jovens,  Força Jovem Universal (FJU), afirma que, por não saber lidar com os problemas, muitos não enxergam outra alternativa, senão o suicídio. “Podemos mudar esse cenário por meio da conscientização, do atendimento e apoio a esses jovens. A ideia é fazer com que eles entendam que vale a pena viver”, esclarece ele.
A jovem Marrie Rossetto (foto abaixo), de 19 anos, moradora da cidade de Santos, litoral sul de São Paulo, conta que, embora estivesse rodeada de amigos e familiares, não se sentia realizada.
“Dos 12 aos 14 anos eu pensava em suicídio. Ninguém sabia o que acontecia comigo. Eu me cortava escondida. Comecei a sofrer com bulimia (transtorno alimentar) e complexos de inferioridade”, conta a jovem que, além de se cortar, acreditava que pedir ajuda não resolveria a sua situação.
“Eu mantinha uma aparência de ‘perfeitinha’, por isso, não pedia ajuda; pensava que se descobrissem o que eu passava iriam me julgar”, acrescentou.
Após ser ajudada pelo projeto, Marrie mudou a forma de pensar e hoje não pensa mais na morte, pelo contrário, quer viver e ajudar quem precisa.
O grupo não para. Semanalmente realiza visitas e palestras em escolas e faculdades, caminhadas contra o suicídio, atendimentos por meio das redes sociais e presenciais na Universal, campanhas como o “Saiba Dizer Não” e o projeto Help, formado por jovens que, um dia, também tentaram o suicídio, mas hoje – livres desse pensamento – podem ajudar outras pessoas.
Caso alguma instituição queira a visita do projeto, basta realizar uma solicitação com o coordenador do FJU mais próxima ou entrar em contato pelas redes sociais e o encaminhamento será feito para o Help de sua cidade.
Acesse as páginas do grupo no Instagram, Facebook e Twitter.

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Colaborador

Rafaela Dias/ Fotos: Cedidas