É possível superar um abuso sexual?

Conheça a história de uma norte-americana que chegou a 261 kg por medo de ser violentada novamente

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A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. De acordo com um estudo divulgado pelo Banco Mundial, existe maior probabilidade de uma mulher ser estuprada do que uma mulher sofrer com algum tipo de câncer. A violência é tão grande no mundo inteiro que milhões de mulheres são vítimas todos os anos e muitas delas não conseguem superar o trauma.

A escritora Roxane Gay (foto abaixo), de 43 anos, de Nebraska (Estados Unidos), é uma das vítimas que levou décadas até voltar a se sentir bem. Quando era adolescente ela foi estuprada pelo homem que amava e seus amigos. A dor foi tão grande que ela escolheu mudar seu corpo para nunca mais ser vítima de um abuso sexual.

“Sabia que eu não seria capaz de suportar outro estupro como aquele, de modo que comi muito porque pensei que, se o meu corpo se tornasse repulsivo, poderia manter os homens longe”, afirma ela em seu novo livro, “Fome, Memórias do meu Corpo”.

Com o tempo Roxane se transformou em uma escritora renomada, autora de livros publicados pelo maior jornal do mundo, o The New York Times. Mesmo assim o sistema de “proteção” que criou colocou sua saúde em risco. Com 261 kg ela foi obrigada a realizar uma cirurgia bariátrica e rever toda sua alimentação e rotina de atividades físicas.

Hoje Roxane afirma que não precisa mais prejudicar seu organismo por medo, mas a dor ainda existe.

A mudança necessária

Superar um abuso sexual, físico ou emocional é tarefa árdua para qualquer mulher. No entanto, é necessário que a superação aconteça. Entendendo isso, o Projeto Raabe se dedica a oferecer apoio social e espiritual às vítimas de violência contra a mulher.

Em texto publicado no site do projeto, uma de suas criadoras, Evelyn Higginbotham, afirma: “Nós praticamos e ensinamos o mesmo tipo de fé audaciosa [de Raabe, personagem bíblica]. [Acreditamos] que qualquer tipo de dor, abuso ou degradação de uma mulher pode ser completamente removido e curado”.

Entre as centenas de voluntárias do grupo existem muitas que chegaram como vítimas e hoje transmitem sua experiência e sua história de superação a quem procura o projeto. A mineira Flávia Silva é uma dessas mulheres e garante: “Eu não posso mudar o meu passado, mas aprendi a tirar forças dele para transformar a minha vida! Mudei de vítima de abusos na infância, traumas e complexos, para uma mulher segura, realizada e feliz”.

Você também pode buscar ajuda para enfrentar essa dor. Caso tenha sido ou esteja sendo vítima de algum tipo de abuso clique aqui e saiba onde encontrar o Projeto Raabe mais próximo de sua casa.

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Colaborador

Por Andre Batista / Imagens: iStock e Reprodução Youtube @TED