“Troquei de bandeira e comecei a torcer pela minha vida”

Conheça a história de Tarcísio Diniz, ex-líder de uma das maiores torcidas organizadas do Corinthians, e veja os perigos que o amor desenfreado por um time pode trazer

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O mundo está mobilizado e com os olhos na Rússia. Durante trinta dias, 32 seleções disputam a taça mais concorrida do mundo. Os brasileiros, por sua vez, também não deixam de acompanhar os jogos da seleção, mesmo estando em ambiente de trabalho e hospitais, por exemplo. As ruas ficam vazias, o trânsito, em São Paulo, que, normalmente, é caótico, de repente, fica livre e sem carros.

Não há nenhum problema em torcer pela seleção ou por qualquer time ou esporte, o que deve ser ponderado é que muitas pessoas se empolgam tanto quando o assunto é vibrar pelos outros que acabam se esquecendo de torcer por si próprio. A pergunta que fica é: você tem torcido pelos seus projetos, com a mesma intensidade que torce pelo Brasil?

Durante muitos anos, Tarcísio Diniz, de 27 anos, levantou a bandeira do Corinthians. O jovem era um dos líderes da maior torcida organizada do Brasil. Não perdia nem um jogo do time do coração. “Primeiro eu comecei a ir em clássicos. Quando o time ganhava, eu ficava feliz, mas quando perdia, ficava triste e revoltado”, lembra ele.

A obsessão de Tarcísio fez com que ele deixasse de acompanhar sua mãe em uma cirurgia, para embarcar em uma viagem para ver o Corinthians jogar. “Minhas atitudes estavam passando dos limites. Em Salvador, sofremos um ataque da torcida adversária, eles estavam em 25 torcedores com barras de ferro e cabos de enxadas. A polícia chegou em instantes, mas até chegar, eu já tinha quebrado os dois braços”, recorda.

Uma oportunidade

Ele conta que já escapou muitas vezes da morte, mas o episódio que mais o marcou aconteceu em uma festa, anterior a um jogo importante do clube. Após grande parte da torcida ter se retirado, um grupo de bandidos entrou, disparou contra quem ainda permanecia no local e oito pessoas morreram. A cena fez com que ele repensasse sua vida.

“Eu fui nos oito velórios e me vi nos oito. Foi aí que, um dia, vi a programação da Igreja e decidi mudar. Eu coloquei toda a minha vida no Altar, até o Corinthians. Quando desci, minha vida mudou. Recebi o Espírito Santo e mudei completamente. Deixei de ser do ‘bando de loucos’ do Corinthians, para ser do ‘bando de loucos’ da fé”, destacou.

A mudança, no entanto, não fez o jovem deixar de torcer ou gostar de futebol, mas o mostrou que há outras prioridades. “Não deixei de ser corinthiano, mas troquei a bandeira do Corinthians pela bandeira da Universal e comecei a torcer pela minha vida”, concluiu.

Confira o testemunho completo de Tarcísio, no vídeo abaixo:

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Colaborador

Por Rafaela Dias / Foto: Reprodução