Brasileiros compram roupas e calçados por impulso

Pesquisa mostra que 6 em cada 10 pessoas adquirem produtos sem planejamento

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Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que 59% dos brasileiros compraram por impulso no mês de fevereiro deste ano.

A pesquisa foi feita nas 27 capitais do País e entrevistou 910 pessoas de todos os gêneros e classes sociais, com idades entre 18 a 27 anos. Entre as aquisições feitas de forma impulsiva estão roupas, calçados e acessórios (19%), compras em supermercados (17%), perfumes e cosméticos (14%) e idas a bares e restaurantes (13%).

Entre as modalidades de pagamento, o cartão de crédito é o favorito no momento de parcelar a compra, seguido do crediário e do financiamento. O dinheiro e o cartão de débito, por sua vez, são as formas mais utilizadas nas compras do dia a dia.

Uso consciente

O crédito passou a ser usado por muitas pessoas nos últimos anos, mas nem todos aprenderam a usá-lo de forma consciente. Segundo José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, o estudo comprova que o desequilíbrio financeiro da população persiste, apesar do grande fluxo de informações. “Os consumidores brasileiros, em geral, não aprenderam a ser controlados com as suas finanças e acham que tudo sempre cabe no bolso; quando, na verdade, a conta não bate com a realidade e os juros se tornam cada vez maiores”, explica.

Vignoli lembra que fazer compras por impulso traz impactos negativos nas contas mensais, gera juros indevidos e é um exemplo negativo para as nossas famílias.

O problema não está no crédito, mas no descontrole. “A compra impulsiva é a utilização errada do crédito. Ele é válido para aquisições de valor maior, em um prazo maior, como eletrodomésticos, desde que a compra seja minuciosamente planejada”, afirma.

O cartão de crédito também pode ser um aliado para organizar as finanças, concentrando o pagamento da maioria das suas contas em uma única data e permitindo acompanhar as despesas registradas mês a mês nos extratos.

De olho nas parcelas

O parcelamento imprudente é outro problema apontado na pesquisa. 15% dos brasileiros divide as compras no maior número de parcelas, sem se importar com o valor final do produto. “O uso de parcelamento excessivo para compras pequenas pode confundir o consumidor”, explica o educador financeiro.

Vignoli lembra que a regra de ouro é não aceitar as parcelas que o lojista oferece, mas fazer as que são adequadas ao seu orçamento. O custo das parcelas não deve comprometer mais do que 30% da renda mensal.

Ele conclui que a educação financeira da sociedade é fundamental, em especial nas escolas, pois pode gerar um efeito reverso, a partir do momento em que as crianças passarão a cobrar dos pais esse equilíbrio econônimo tão necessário.

Para se ter uma relação saudável entre lojistas e clientes, os consumidores devem, sempre que possível, pagar à vista. Caso decidam parcelar a compra, é importante escolher a menor taxa de juros e um número e valor de prestações que não comprometam o bolso.

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Colaborador

Por Katherine Rivas/ Foto: Fotolia