O poder de colaboração e compartilhamento

Presentes nas mais diversas atividades, as economias colaborativa e compartilhada podem ajudar quem deseja alugar um carro, desapegar de algumas roupas ou apenas trocar conhecimento

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Imagine as seguintes situações: Maria chama um carro pelo aplicativo do celular para ir ao trabalho. Durante o percurso, ela lembra que precisa entregar alguns documentos para um cliente, que está do outro lado da cidade. Como não conseguirá sair do escritório contrata um motoboy em uma plataforma on-line para ajudar nessa demanda.

Depois do trabalho, ela volta para casa e encontra o marido, Felipe. Eles estão planejando as férias, mas, como ele não quer gastar muito com hospedagem, ela acessa uma plataforma de aluguel de casas e de veículos e reserva a casa de praia do Henrique e o carro da Juliana.

Agora só falta encontrar uma “babá” para cuidar dos cachorros! Eles acessam um aplicativo indicado pelos amigos e contratam a Giovanna. Tudo foi feito pelo celular e sem que ela conhecesse pessoalmente o Henrique, a Juliana, a Giovanna nem o motoboy!

As situação acima citada poderia ser cena de um filme futurista nos anos 1990, mas hoje já faz parte do nosso cotidiano. É um exemplo de colaboração e compartilhamento.

O que são?

Provavelmente você já ouviu falar de economia compartilhada e colaborativa, mas afinal qual o significado desses termos?

A economia compartilhada surgiu com o princípio de dividir e facilitar a vida das pessoas por meio da tecnologia. Ela está presente nas mais diversas atividades, desde alugar o imóvel de alguém, o carro, desapegar de algumas roupas, etc. Trata-se de uma relação de troca de produtos e serviços. Essa nova forma de economia facilitou as demandas do nosso cotidiano e pegou carona na revolução tecnológica para reinventar as relações comerciais e dar mais poder ao intangível, cujos pilares são o conhecimento e a confiança.

A ideia central dessa dinâmica é: compartilhe – afinal, para quê criar ou comprar algo novo se podemos compartilhar o que já existe?

O poder da colaboração hoje tem duas vertentes: a economia compartilhada e a economia colaborativa. Lala Deheinzelin, futurista e especialista em novas economias, afirma que esses novos modelos surgiram como uma solução para a transição das pessoas ao futuro que se tornou inevitável. “É impossível o planeta dar conta do recado com os recursos atuais. Precisamos criar processos colaborativos e inseri-los na gestão pública.”

Lala explica que a economia compartilhada tem a ver com estruturas. As pessoas utilizam tecnologia de informação para compartilhar estruturas já existentes. É o caso do coworking, em que várias empresas estão compartilhando o mesmo escritório, o que simplifica a gestão, diminui o custo do aluguel e facilita a troca e criatividade entre as pessoas. Para Lala, esse compartilhamento é uma tendência, mas para que dê certo é preciso que as pessoas tenham um propósito comum.

Já na economia colaborativa todos contribuímos com uma pequena parte até gerar uma escala imensa de produção de um todo. É o caso dos captchers, ou do Wikipedia, nos quais vários usuários nutrem a plataforma com conteúdo.

Benefícios

Lala explica que a sustentabilidade e reformulação dos conceitos de pobreza e riqueza na economia são os principais ganhos, recursos intangíveis que não são materiais e sim fruto do conhecimento, da cultura e dinâmica social.

Ladislau Dowbor, economista e professor da PUC-SP, afirma que, hoje, a maioria das atividades econômicas não envolve esforço físico, matérias-primas, mas a circulação do conhecimento on-line gratuitamente. “Se todo mundo tem um celular no bolso e está conectado, então vemos que a visão da economia mudou radicalmente.”

A economia compartilhada serve para qualquer tipo de iniciativa e empreendimento e é muito útil para as políticas públicas ajudando a solucionar diversos problemas. É o caso da falta de moradia nas metrópoles. O número de construções vazias, muitas vezes, é proporcional ao de pessoas que não têm teto, então para quê construir mais imóveis se podemos utilizar os que já existem?

Mundo afora

Países como Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Coreia e Bélgica já utilizam esta estratégia nas suas gestões. No Brasil, ainda há empecilhos para que isso aconteça na esfera pública, pois a mudança cultural ocorre mais vagarosamente do que a tecnológica. As pessoas continuam pensando com as regras do passado, há um despreparo e uma falta de consciência frente às mudanças.

Segundo os especialistas mudar as relações econômicas não é mais uma questão de oportunidade, mas de sobrevivência. Entre as dificuldades do Brasil estão as relações de confiança fragilizadas, por medo do crime e da violência, e uma legislação retrógrada que olha só para os macronegócios e não facilita a vida dos empreendedores em novas economias. “Uma atual plataforma de compartilhamento de imóveis, por exemplo, conseguiu o que em anos uma cultura de paz não faria. A chave está na confiança. A economia compartilhada crescerá exponencialmente no Brasil quando percebermos isso”, afirma Lala.

Dicas para empreender

Se você está pensando em investir em economia compartilhada, pare e analise quais iniciativas facilitariam a vida das pessoas e ainda não foram colocadas em prática.

A economia está se transformando e a tendência está em cada vez mais apreciarmos a função de um produto ou serviço. Antes de começar um projeto, reflita: é preciso possuir ou usufruir daquilo?

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Colaborador

Por Katherine Rivas/ Foto: Fotolia