“Só Deus sabia o que eu passava naquele quarto”

Insônia e tormentos marcaram a adolescência de Ester. Hoje, a situação é bem diferente

Imagem de capa - “Só Deus sabia o que eu passava naquele quarto”

Boa parte da adolescência de Ester Macedo, de 18 anos, foi marcada por raiva e sentimentos destrutivos, como a vontade de morrer. Aos 13 anos, ela já havia se tornado uma pessoa nervosa e descontrolada. “Eu assistia a vídeos de morte e jogava games violentos. Gostava daqueles que tinham cenas com sangue e esfaqueamento. Isso me dava prazer. Nessas situações, sentia gosto de sangue na boca. Chegava a morder a boca por dentro para sentir mais ainda o gosto”, recorda.

Anos antes, Ester viu a relação entre os seus pais esfriar. Eles se distanciavam cada vez mais. Mas a questão que, aparentemente, tinha um cunho familiar era, na verdade, totalmente espiritual. “Aos 11 anos passei a não dormir mais, tinha pesadelos, via vultos, ouvia vozes. Tinha muito pavor. Muitas vezes acordava gritando e suada. Cheguei a ver a fechadura e a porta do meu quarto se mexerem. Quando abri para ver quem era, não tinha ninguém. A casa era grande, os quartos distantes um do outro e eu dormia sozinha”, conta Ester, que chegou a ser levada para o hospital por causa da insônia.

Como se não bastasse a insônia, ela passou a ter ataques convulsivos constantes.

Reviravolta

“Apesar de alguns problemas, tive uma infância feliz e uma boa educação. Minha mãe supria todas nossas necessidades. Mesmo assim, eu era infeliz, chorava todas as noites. Mas, quando me perguntavam como eu estava, eu sempre falava que estava tudo bem. Só Deus sabia o que eu passava naquele quarto.”

Dentro dela havia uma grande confusão de sentimentos, mas também havia uma semente. Isso porque, em sua infância, ela chegou a conhecer a Universal, juntamente com suas irmãs mais velhas. Ela decidiu voltar para a Igreja no início de 2013. “Foi quando tomei a decisão de buscar por minha libertação. E foi o que aconteceu em quatro, cinco meses. Eu me libertei totalmente”, recorda.

Com a transformação que aconteceu, ela segue livre desde então. “Posso dizer que sou transformada em todos os sentidos. Sou uma pessoa que pensava que a morte era a melhor solução. Hoje tenho vida, paz, sou completa. Tenho a direção de Deus em tudo o que faço e forças para enfrentar as lutas do dia a dia usando a fé. Meu comportamento mudou, assim como minha maneira de pensar”, define Ester.

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Colaborador

Por Flavia Francellino/ Fotos: Demetrio Koch