Jornalista canadense é banida do Reino Unido por uma razão espantosa

Saiba o que aconteceu e o que as autoridades alegaram

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A jornalista e ativista canadense Lauren Southern, de 22 anos, foi impedida de entrar no Reino Unido no dia 12 de março. A alegação das autoridades é de que Lauren, que é cristã, esteve envolvida em distribuição de material racista em fevereiro e que, por isso, sua entrada seria prejudicial ao bem público. Segundo o documento negando a entrada, as ações de Lauren “representam uma ameaça aos interesses fundamentais da sociedade e das políticas públicas do Reino Unido”.

No entanto, o que as autoridades alegam ter sido “distribuição de material racista” foi, na verdade, um experimento feito por Lauren e alguns amigos, como resposta a um artigo publicado pelo portal Vice, que afirmava que Jesus era gay. O experimento foi a prática da pergunta que os cristãos sempre se fazem quando veem alguma declaração contra Jesus ou contra o cristianismo: “por que ninguém tem coragem de dizer uma besteira dessas contra Allah ou Maomé?”. Para mostrar qual seria a reação dos muçulmanos se o mesmo fosse dito sobre Allah, os jovens foram até a cidade de Luton, na Inglaterra, que tem expressiva população islâmica, montaram uma bancada na calçada e distribuíram panfletos coloridos que diziam apenas: “Allah é Gay, Allah é Trans, Allah é Lésbica, Allah é Intersex, Allah é Feminista, Allah é Todos Nós”. Os panfletos eram assinados pelo grupo fake “LGBT for Islam UK”.

Por motivo de segurança, o grupo foi forçado pela polícia a recolher os panfletos. Ao impedir a entrada de Lauren, o Reino Unido prova o argumento que o experimento social da jovem tentava mostrar. Não há reação do poder público (de lugar nenhum) quando a agressão é direcionada contra Jesus e os cristãos, mas uma atitude que contrarie qualquer outro grupo religioso é encarada como ato extremista, a ponto de rotularem erroneamente como “racista” um material que não cita raça, e sim o deus de uma religião.

A polícia do Reino Unido agiu como polícia religiosa islâmica. Acusada de ser “extremista cristã”, a menina ouviu perguntas absurdas, como qual seria a opinião dela sobre atropelar muçulmanos com um caminhão (!). Esse é o mesmo Reino Unido que acolheu o terrorista Youseff Zaghba, um dos responsáveis pelo atentado na London Bridge ano passado. Ao ser interrogado no aeroporto de Bologna, na Itália, Zaghba disse que ia ser terrorista (foi sincero), mesmo assim, pôde continuar viagem e sua entrada foi permitida pelas autoridades.

O serviço europeu de polícia, EUROPOL, admitiu que extremistas do Estado Islâmico têm entrado nos países da União Europeia posando de refugiados. Nenhum deles foi submetido ao escrutínio como a jovem canadense. A verdade que ninguém tem coragem de dizer em voz alta é que Lauren foi detida por suas opiniões contrárias às ideologias dominantes no mundo.

A notícia do que aconteceu com Lauren tem corrido o mundo mais ou menos assim: “ativista de extrema-direita é banida do Reino Unido por distribuir material racista” — e isso diz muito sobre a qualidade do jornalismo mundial. Poucos explicam o que, de fato, aconteceu. Poucas são as vozes que se levantam para dizer: “ei, isso é errado, não se pode banir alguém por opiniões contrárias à sua”.

O experimento de Lauren e suas consequências servem, no mínimo, para expor o que tem acontecido não apenas no Reino Unido, mas no mundo inteiro. Quando aplicados a outras religiões, os métodos utilizados contra cristãos sofrem retaliação violenta. É claro, são métodos fundamentalmente agressivos e abomináveis, mas contra os quais o mundo só se revolta quando as vítimas são dos grupos protegidos. Aos cristãos não é permitido ter voz. Não é permitido questionar. Suas opiniões são perigosas, seus valores são desprezíveis, seu modo de viver é retrógrado e abjeto. Os cristãos são perigosos e representam uma ameaça aos interesses fundamentais da sociedade atual. Esse tem sido o pensamento corrente no mundo. Assim como ocorreu com os Judeus na Europa logo após a primeira guerra mundial, os cristãos são o bode expiatório da vez.

O fato é que o cerceamento do direito de ir e vir é um sinal de que algo muito grave está acontecendo no mundo e não pode ser visto com naturalidade. Ou nos revoltamos contra o fato de uma pessoa ser detida e impedida de entrar em um país por criticar a religião de outra (seja ela qual for), ou passamos a banir todo mundo que ousar criticar uma religião ou fazer comentários heréticos contra divindades (garanto que os aeroportos terão bem menos movimento).

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Colaborador

Por Vanessa Lampert / Foto: Reprodução