Brasileiros pagam a maior taxa de juros do mundo

Levantamento feito em oito países mostra que o Brasil é o lugar que possui os maiores índices aplicados

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Não é novidade que os brasileiros pagam taxas altas de juros, principalmente no cartão de crédito. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) mostra que a média anual de juros rotativo do cartão de crédito chega a 352,76%.

A instituição comparou os valores aplicados em seis países da América Latina (Argentina, Chile, Colômbia, Peru, México e Venezuela), além de Portugal e Estados Unidos, e verificou que o Brasil tem, de fato, a maior taxa de juros rotativo.

Que taxas são essas?

Quando o consumidor não realiza o pagamento total da fatura são cobrados juros a partir da fatura do mês seguinte: é o chamado financiamento da fatura pelo crédito rotativo.

O não pagamento da conta no dia do vencimento ou o pagamento de valor inferior ao mínimo (15% do valor total da fatura) leva o cliente a uma situação de atraso ou de inadimplência, implicando em multas e taxas punitivas.

A Proteste, portanto, faz um alerta com relação aos gastos descontrolados. “Aconselhamos que você sempre pague o total da fatura no vencimento, pois caso pague o total depois do vencimento, os juros do rotativo também incidirá”, diz o comunicado publicado no site da instituição.

Ao analisar os valores cobrados pelas instituições financeiras brasileiras, a Proteste encontrou a cobrança de 830% de juros rotativo por parte de uma delas. Se o consumidor for portador do cartão dela, por exemplo, tiver uma fatura de R$ 1 mil e pagar apenas o mínimo, a fatura do mês seguinte terá o valor de R$ 1.020 a mais. Ou seja, a dívida estará maior.

Esse é um dos motivos pelos quais muitos brasileiros têm se endividado. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 76,9% das famílias entram em crise por causa do crédito rotativo.

Fique atento às taxas cobradas pelo seu banco, estude e mude, se for necessário, e principalmente gaste apenas o que você vai conseguir saldar no mês seguinte.

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Colaborador

Por Michele Francisco/ Foto: Fotolia