“Fui detida várias vezes por acusações de vendas de drogas”

Conheça a história de Neurimar Silva dos Reis, que saiu da prisão e hoje trabalha como voluntária do UNP

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Neurimar Silva dos Reis (foto ao lado) teve uma vida muito atribulada. Fruto de uma gravidez indesejada, ela sofreu as dores da rejeição desde cedo.

A mãe de Neurimar engravidou do homem para quem trabalhava como empregada doméstica. A patroa dela, que era estéril, passou a cuidar da menina, mas tudo o que faltou para a pequena Neurimar foi o cuidado necessário para crescer bem acolhida.

A madrasta a tratava com desprezo, humilhações e surras. O pai, por sua vez, não dava a atenção que ela esperava. “Eu não tinha coragem de contar nada a ele, pois a mulher dele fazia ameaças”, diz.

Desprezo

Após o falecimento da madrasta, ela esperava receber o carinho do pai, o que não aconteceu. Um dia, ele disse que não poderia mais cuidar dela e a entregou a uma tia. Para piorar a situação, essa tia não aceitou Neurimar e a levou para um orfanato. “Todas as crianças iam para suas casas no final de semana. Somente eu ficava com as freiras naquele orfanato enorme. Chorei naquele lugar durante muitas noites”, relembra.

Aos 13 anos, ela foi morar novamente com a tia, mas os seus primos não a quiseram lá. Ela, então, voltou a morar com o pai, que a expulsou de casa por não aguentar suas rebeldias. Sozinha, Neurimar foi morar com amigas adolescentes até que um dia sua mãe verdadeira foi à escola onde ela estudava e se propôs a cuidar dela. Mas as brigas com a mãe a fizeram sair de casa. Nesse período, ela já roubava, bebia e traficava.

“Comecei a vender drogas na casa de minha mãe. Levava muitos amigos para fumar lá e com isso consegui atrair viciados, traficantes e homicidas. Me relacionei com uma pessoa que foi morta pela polícia na minha frente. Fui detida várias vezes por acusações de vendas de drogas. Até que me envolvi no assalto a um táxi e o carro capotou comigo. Fui presa ao chegar na delegacia.”

Neurimar conheceu seu esposo na vida de crimes e, ao sair da cadeia, passou a viver com ele. Um dia, eles assistiram a um programa da Universal na TV e seu esposo falou que iria conhecer a Universal. Ele foi e teve uma grande transformação. Neurimar, por outro lado, não aceitava a mudança do marido. “Eu não aceitava esse lado bom dele, seu modo de me tratar, o respeito e o carinho. Tivemos uma briga horrível e eu o mandei embora.”

Orientado pelos pastores, o esposo de Neurimar conseguiu levá-la à Universal. Ela foi mudando aos poucos, se batizou nas águas e logo se tornou uma obreira.

Transformação

Hoje, Neurimar trabalha como voluntária na equipe do grupo Universal nos Presídios (UNP) em São Luís (MA). “O trabalho do presidio é algo maior em que me vejo falando a linguagem deles, pois vivi na pele aquilo que eles vivem. Tudo que tenho e que sou hoje agradeço em primeiro lugar a Deus e em segundo lugar a Universal”, finaliza.

Com informações do UNP-MA

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Colaborador

Da Redação / Foto: Mídia UNP