Qual o perigo de um jogo de realidade aumentada?

Incidentes na vida real sugerem que é preciso ter muito cuidado com games desse tipo

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Desde que foi lançado, o Pokémon Go se tornou a mais nova febre entre os jogos para celular. Mas há controvérsias. Na China, o game que permite que você capture Pokémons (figuras do famoso desenho de anime japonês) foi proibido. O jogo utiliza a câmera e dados de localização, permite a troca de Pokémons com outros usuários e até batalhas de realidade aumentada. E talvez aí esteja o perigo. Se, antes do lançamento do game, o uso de celulares já abria o precedente para que muitas pessoas se desconectassem da realidade usando diversos aplicativos, o novo jogo parece elevar esse problema à última potência.

Exemplos de pessoas que sofreram acidentes ao usar o novo game não faltam. Um “caçador de Pokémons” de 62 anos, morador da pequena cidade norte-americana de Coeymans, ficou preso em uma floresta durante uma madrugada e teve que ser resgatado pela polícia. Em Nova York, um homem de 28 anos bateu o carro em uma árvore enquanto jogava. Mesmo sobrevivendo, ele teve lesões nas duas pernas. Na mesma cidade, no Central Park, uma multidão em busca de um Pokémon raro que apareceu na região gerou grande tumulto e causou caos no trânsito. Mas sair da realidade pode não ser o único problema causado pelo jogo. Ele permite que um sinal seja colocado, via GPS, para avisar que há criaturas naquela área. Nos Estados Unidos, suspeitos utilizaram essa função para atrair pessoas e assaltá-las, de acordo com a polícia.

Por mais que o jogo, como dizem os seus criadores, seja uma ferramenta que pode ajudar pessoas com problemas sociais a se sentirem melhor, pois as faz sair para as ruas em busca das criaturas do game, talvez o risco de se desconectar totalmente da realidade não valha a pena, já que isso pode causar acidentes até fatais. Além disso, o problema maior é que o jogo permite que você seja monitorado por meio de câmeras, microfones, GPS e giroscópios do seu smartphone por pessoas que você Nem ao menos conhece e com intenções que você tampouco imagina. Perigo real e imediato, eu diria. Por isso, pense bem antes de dar play nesse jogo.

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Colaborador

Por Eduardo Prestes / Foto: Fotolia