“Fui preso pela primeira vez, aos 20 anos, porque tentei matar meu tio”

Agora, aos 32 anos, José Ricardo ajuda a resgatar pessoas da criminalidade e dos vícios. Saiba também como livrar-se desse mal

Imagem de capa - “Fui preso pela primeira vez, aos 20 anos, porque tentei matar meu tio”

A história de José Ricardo Marcos, de 32 anos, começa com uma família totalmente destruída e sem estrutura. Por presenciar inúmeras brigas dentro de casa e vendo seus pais se separando, por conta do vício de bebidas, quando tinha apenas 4 anos de idade, José foi induzido, logo cedo, a se relacionar com pessoas erradas. “Na escola, comecei a me envolver com quem fazia bagunça. Aos 13 anos, comecei a sair à noite, consumir bebida alcoólica, fumar cigarro e cada vez mais fui me afundando. Foi então que comecei a roubar e fazer várias coisas desonestas”, lembra.

José Ricardo conta que começou a se aprofundar no mundo do roubo e a fumar maconha. “Eu falava que não era viciado, pois só usava aos finais de semana, mas, passado pouco tempo, eu estava me drogando todos os dias, e comecei a depender da maconha para viver. ”

E, foi por meio da maconha que ele se envolveu diretamente com o crime organizado. “Comecei a traficar aos 16 anos e a maconha se tornou algo muito fraco, pois não fazia mais efeito na minha mente, então, iniciei com a cocaína. Fui preso pela primeira vez, aos 20 anos, porque tentei matar meu tio. Eu era o único neto homem da família e o via batendo na minha mãe e tia. Ele chegou a dar um tiro na boca do meu avô, quando eu era pequeno, e fui crescendo com aquele desejo no coração que iria virar traficante e matá-lo”, conta José.

No primeiro delito, ele ficou quase 2 anos preso. Na prisão, aprendeu tudo o que há de mais errado, inclusive a entender melhor sobre produtos ilícitos. “Comecei a vender drogas para os detentos. Saí de lá com a minha cabeça totalmente desvirtuada. A primeira coisa que eu fiz quando fui liberado da prisão foi me envolver com pessoas para começar a traficar, e isso me levou novamente à prisão”, relembra José.

Ele ficou mais 1 ano e 6 meses preso. José conta que foi para a cadeia de Americana, interior de São Paulo. Ao sair de lá, chegou ao ponto de se envolver com uma grande organização criminosa. “Era gerente do traficante e aprendi a fabricar drogas com ele. Conquistei moto, carro e outros bens materiais. Eu cheirava tanta cocaína que os produtos começaram a corroer o meu nariz, a ponto de fazer um furo perto do olho. ”

Quando tudo começou a se transformar

José queria mudar, sair daquela vida. Seus familiares tentaram fazer de tudo, procuraram ajuda de todas as formas e até surgiu a ideia de interná-lo, mas isso não era o suficiente. “Se eu me internasse eu não ia mudar, eu precisava mesmo era de um direcionamento, que era Deus. Cheguei ao ponto de querer tirar a minha vida, tentei o suicídio”, diz.

Para surpresa de José, o traficante chefe da facção, vendo o desespero dele, pediu que ele lesse a Bíblia e fosse buscar a Deus. “Assistindo um programa de televisão, conheci a Universal. Meu primo, que estava indo à Igreja me levou. Cheguei com receio, sem entender nada. Era uma reunião de libertação e acabei ficando. Comecei a buscar a Deus, abandonei as amizades e a prostituição”, relata.


As tribulações

Mas não foi porque ele se converteu que a vida dele se transformou em um mar de rosas. As lutas continuaram. Ele conta que em uma de suas saídas para evangelizar foi parado por um policial e acabou sendo preso novamente por conta de um processo do passado. “Eu já não fazia mais nada de errado. Dentro da prisão, eu orava pelas pessoas e falava de Jesus. Muitos presos não acreditavam, falavam que eu estava fingindo ser da igreja. O traficante foi até me visitar e ficou jogando meu ego lá em cima, falando que eu era importante no mundo do crime. Eu tive que lutar contra aquela voz do diabo falando para eu sair dos caminhos de Deus e voltar para o mundo, mas eu não acreditei naquilo e continuei na fé, buscando a Deus. Orando”, conta José.

Na cela, José passava os dias evangelizando, ganhando almas, até que foi liberado para ir para casa e nunca mais voltou a cometer erros. “Ali o meu sorriso foi na orelha. A primeira coisa que eu fiz foi ir à igreja buscar Jesus. Três meses depois fui fazer entrevista para ser obreiro. Tempos depois, na Catedral da João Dias (SP), me tornei pastor auxiliar. Fui transferido para Bom Sucesso, Guarulhos (SP), onde era auxiliar em uma igreja e comecei a namorar uma mulher de Deus. Eu me casei e agora estou na Catedral de Guarulhos, sou pastor responsável pelas reuniões da Cura dos Vícios. Sou grato a Deus por tudo o que fez na minha vida”, finaliza.

Você também quer ter a sua vida totalmente transformada como a de José Ricardo? Participe das Reuniões da Cura dos Vícios, que acontecem todos os domingos às 15h e 18h, na Avenida João Dias, 1.800, em Santo Amaro (SP) ou clique aqui e procure uma Universal mais próxima de você.

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Colaborador

Por Débora Picelli / Fotos: Cedidas