Por que é importante não parar de estudar?

Veja como agir assim pode lhe dar boas perspectivas e conheça programas educacionais que podem ajudá-lo

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Uma pesquisa recente, realizada pelo Instituto Data Popular, abordou pessoas com idades entre 20 e 40 anos que pertencem à chamada classe C (com renda familiar entre R$ 1.800 e R$ 3.400) e o resultado aponta um público potencial para o ensino superior em torno de 19 milhões de pessoas, o que representa 47% do total de pessoas já formadas no ensino médio. Ainda de acordo com o levantamento, cerca de 82% delas têm renda baixa ou média e a grande dificuldade continua sendo o acesso às universidades.

Para a doutora em pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Leunice Martins de Oliveira, as deficiências da escola pública são preponderantes para isso e acabam resultando em uma grande evasão escolar. “A escola hoje não é atrativa para o aluno. De 10 turmas que iniciam o ensino fundamental, apenas duas terminam o 9º ano. Isso se reflete lá na frente, quando o jovem pretende entrar em uma universidade e toma consciência de que não está preparado. Quem teve acesso a um ensino melhor acaba levando vantagem nessa hora. Para os outros, sobram as vagas pagas. É quando surge um novo entrave: o econômico. Outro aspecto a ser levado em conta é que no grupo de pessoas que querem entrar na faculdade há ainda aquelas que não terminaram o ensino médio, por desistência, e não têm o certificado de conclusão que as habilita e tentar conseguir uma vaga”, afirma.

O que fazer nesses casos?

Leunice observa que cada vez mais os jovens que pararam os estudos estão procurando a chamada Educação de Jovens e Adultos (EJA) como um caminho de retomada dos estudos rumo à universidade. “É a chamada juvenilização. O EJA, que antes era restrito a pessoas mais velhas, está sendo utilizado por jovens que se conscientizam de que perderam muito tempo fora da escola e precisam estudar novamente. Eles percebem que não têm a qualificação mínima que o mercado de trabalho exige. Se, por um lado, há vagas de trabalho, por outro, faltam candidatos habilitados para elas”, explica.

Já para entrar na faculdade, mesmo que seja particular, muitos têm usado programas sociais públicos que auxiliam a alcançar esse objetivo, como o Enem, o Sisu, o Fies e o Prouni (veja detalhes nos quadros ao lado). “Acredito que o governo tem um compromisso com a população de criar políticas públicas não só de acesso, mas de permanência. Na universidade onde dou aula, eu noto, como nunca antes, alunos bolsistas que não poderiam pagar pelos cursos. Eles entraram somente por que foram inseridos por meio desses programas”, relata.

A especialista lembra ainda que estudar é uma forma de manter- se na dianteira também ao concorrer a uma vaga de trabalho. Por isso, ela aconselha que “no Brasil, quem quer modificar a sua condição social e econômica, utilizando ou não o auxílio dos programas sociais, precisa estudar e, por mais que seja difícil, manter o foco naquilo que quer. Hoje há maior acesso à informação graças à internet, mas só isso não basta para progredir. É a educação que ajuda você a compreender o que fazer com o conhecimento adquirido”, conclui.

SISU

O Sistema de Seleção Unifi cada (Sisu) é o sistema informatizado, gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), pelo qual instituições públicas de educação superior oferecem vagas a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na inscrição, o candidato deve escolher até duas opções entre as vagas ofertadas pelas instituições participantes do Sisu. O sistema seleciona
automaticamente os candidatos mais bem classifi cados em cada curso, de acordo com suas notas no Enem e eventuais ponderações. Leia mais aqui.

FIES

É o Programa de Financiamento Estudantil para financiar a graduação de estudantes
matriculados em instituições particulares que não têm condições de bancar os estudos. Podem solicitar o
financiamento os estudantes com renda familiar mensal per capita de até 2,5 salários mínimos e que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010. Para mais dados, navegue aqui.

ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o desempenho do estudante ao fi m da escolaridade básica. Pode participar quem concluiu ou está terminando o ensino médio. Para quem parou de estudar, mas deseja receber o certifi cado da conclusão do ensino médio, é necessário marcar a opção, “receber a certificação do ensino médio” no ato da inscrição do Enem. Para isso, é preciso ter no mínimo 18
anos até a data da primeira prova, ter concluído o ensino fundamental, atingir o mínimo de 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento avaliadas e 500 pontos na redação do Enem. Acesse aqui.

PROUNI

O Programa Universidade para Todos (Prouni), do MEC, oferece bolsas de estudos integrais e parciais (50%) em instituições particulares de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específi ca, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior. Podem se inscrever candidatos sem diploma de curso superior que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) anterior e obtido no mínimo 450 pontos na média das notas e não tenha tirado zero na redação. Informações adicionais aqui.

EJA

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) proporciona a conclusão do ensino médio aos jovens e adultos que estão afastados da escola e desejam retomar os estudos. As aulas são transmitidas via satélite uma vez por semana. Os encontros presenciais semanais objetivam a fixação dos conteúdos estudados em casa e a realização das avaliações presenciais. Cada encontro semanal tem duas horas de duração, quando o aluno tem três aulas. Procure a Secretaria de Educação da sua cidade para saber como cursar. Saiba mais aqui.

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Colaborador

Por Eduardo Prestes / Foto: Fotolia / Arte: Eder Santos