USP cria remédio que impede microcefalia causada por zika

Droga desenvolvida atua em mães gestantes infectadas

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O Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) encontrou uma maneira de bloquear a ação do vírus zika e evitar até mesmo que ele cause danos ao cérebro do bebê durante a gravidez.

O vírus é responsável, entre outros males, por causar a microcefalia (malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada). A descoberta da USP pode fazer com que o problema seja erradicado em quem utilizar o novo remédio.

A descoberta foi feita por cientistas brasileiros, argentinos e americanos que trabalharam juntos. A droga desenvolvida foi batizada como HP163.

Como o remédio age

De acordo com artigo publicado na revista científica Nature, o vírus zika atua ativando certa proteína no corpo humano. Essa proteína se chama aril hidrocarboneto (AhR).

Os cientistas descobriram que inibindo a ativação do AhR, é possível “desativar” o vírus zika. Dessa maneira, o corpo humano se torna muito mais forte para combater o intruso.

O que já foi feito e os próximos passos

Até o momento, os testes realizados foram bastante satisfatórios. Os cientistas aplicaram o HP163 a camundongos infectados com zika durante a gestação. Utilizando a droga, houve remissão total do vírus na placenta. Os bebês nasceram saudáveis, sem qualquer malformação causada pelo zika.

A próxima etapa de testes envolverá macacos. Uma vez que os resultados também sejam positivos, os cientistas realizarão testes clínicos que verifiquem a segurança e a eficácia da HP163 em humanos.

Essa é uma descoberta muito importante, especialmente para a população brasileira. Há quatro anos, o País viveu uma epidemia de microcefalia causada pelo vírus zika. Embora o número de vítimas do vírus esteja diminuindo gradualmente, esse é um problema que ainda afeta muitos brasileiros.

Nos últimos quatro anos, foram confirmados 3.474 casos de microcefalia causados pelo zika. Somente em 2019, foram 55. Sendo que três desses evoluíram para óbito. Até junho de 2020, 3.692 casos de infecção por zika foram confirmados no País.

Esse é um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O mesmo que transmite dengue e chicungunha.

Recentemente, a Universidade Federal da Paraíba criou um método de combate ao mosquito à base de plantas cultivadas na região semiárida. Clique aqui e leia mais sobre o projeto.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images