Infidelidade financeira

Levantamento mostra que esconder gastos do parceiro é comum entre casais brasileiros

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Casar não significa apenas juntar as escovas de dentes. Se um matrimônio envolve compartilhar, a gestão financeira também é uma responsabilidade dos dois. Muitos casais, porém, não falam sobre compras escondidas, dívidas ou dinheiro sobrando, sinais de infidelidade financeira. Manter esse hábito pode ser prejudicial ao casal, afinal, um relacionamento não se sustenta na base da desonestidade.

Diversos brasileiros admitiram esconder gastos do cônjuge, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). A pesquisa mostrou que 93% dos casados são transparentes sobre as contas fixas da casa. Por outro lado, três em cada dez dos entrevistados não mencionam as despesas pessoais para o parceiro. E, do total, 29,2% desconhecem o valor exato do salário do companheiro.

A pesquisa também comprovou que as mulheres são mais reservadas quanto às compras que fazem. Os principais artigos adquiridos por elas são roupas e calçados. Já os homens citaram que geralmente escondem gastos com acessórios automotivos e jogos.

De acordo com o SPC, as estratégias mais utilizadas por ambos para esconder as compras são: pagar as contas com dinheiro (26,9%), não deixar o parceiro ver o extrato da conta ou a fatura do cartão de crédito (15,9%) e chegar em casa antes do cônjuge para guardar as compras (14,4%). Segundo a maioria dos participantes, essas atitudes são tomadas para evitar brigas. Entretanto, eles desconhecem que essa “boa intenção” não evitará problemas futuros. Além de colocar o casamento em risco, omitir os gastos pode comprometer o orçamento familiar.

Cada casal estabelece suas regras sobre como lidar com o dinheiro. Uns optam por contas separadas, outros preferem manter uma conta conjunta. E há aqueles que escolhem um dos parceiros para cuidar de todas as finanças. Algo que deve ser comum a todos os estilos é adotar um bom planejamento financeiro, que leve em consideração as despesas totais da família e os recursos disponíveis. Se sobrou dinheiro para adquirir itens pessoais, o ideal é ser justo na hora de definir o valor e, claro, sempre informar ao cônjuge os gastos, assim ambos terão o controle da situação econômica.

Cautela ou medo?

Para o escritor Renato Cardoso, reter informações sobre dinheiro revela um sério problema de confiança. Ele aconselha que o casal avalie por que não consegue confiar no cônjuge ou quais são os motivos de não ser confiável.

“Vocês discutirão até a velhice se não resolverem a raiz do problema. É preciso que um ajude o outro, por exemplo, a aprender a gastar com mais sabedoria. Tirar o cartão de crédito do parceiro não resolverá o problema. Se tirar o cartão, ele ou ela continuará com o problema e ainda terá mais um: a mágoa por sua atitude”, orienta Renato.

E se você admite que não consegue controlar seus impulsos consumistas ou tem um vício que consome seu dinheiro, “aceite a ajuda do seu cônjuge, pelo bem do time”, comenta.

O escritor aconselha ainda que o casal faça o orçamento financeiro em conjunto. “Trabalhando juntos para resolver essa situação, vocês encontrarão a melhor saída para equilibrar as contas e eliminar essa fonte de desgaste de seu relacionamento”, finaliza o escritor.

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Colaborador

Por Débora Vieira / Foto: Fotolia